sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

ASSOREAMENTO NA FOZ DO RIO PARAÍBA DO SUL EM SJB É DEBATIDO NO LEGISLATIVO

(Foto: Ralph Braz | Blog Pense Diferente)
Há cerca de três anos, os 1.200 pescadores de São João da Barra passaram a ter dificuldades para trabalhar por causa do assoreamento na foz do Rio Paraíba do Sul - assunto debatido em audiência pública na Câmara de Vereadores nesta quinta-feira (3). Segundo os pescadores, o jeito tem sido atracar as embarcações no porto de Macaé e no Espírito Santo, mas o gasto com combustível tem gerado prejuízos. Além disso, a categoria vem amargando uma perda de 80% na produção do pescado.

Participaram da audiência, o Comitê de Bacia Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Um dos assuntos discutidos foi o projeto que o Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH) desenvolveu e já apresentou à Prefeitura para conter o avanço no mar no pontal. No entanto, os representantes dos dois órgãos disseram não ter tomado conhecimento oficialmente desse projeto.
 

O superintendente do Inea em Campos, René Justem, explicou que a região passa por um fenômeno natural, que não ocorre só em SJB. “Essa areia é solta e se movimenta de acordo com a maré e a vazão do rio, que pode variar de 200 a 8000 metros cúbicos por segundo. Trata-se de uma questão muito complexa porque o delta é o mais difícil de se resolver numa foz”, ressaltou.

Algumas sugestões de medidas provisórias foram dadas pelos participantes. O coordenador da Câmara Técnica de Pesca do Comitê Baixo Paraíba, José Armando Barreto, propôs uma sinalização com boias onde hoje estão as pedras. “Acho que ajudaria de imediato os pescadores até que uma intervenção maior aconteça”.


Também foi questionada pelos vereadores e pescadores, ações que poderiam ser feitas ou apoiadas pela empresa responsável pelo Porto do Açu como medida de compensação ambiental. O presidente da Câmara, Aluizio Siqueira, lembrou de uma obra que seria feita em parceria entre a Cedae, a Prumo e a Secretaria de Meio Ambiente em um canal do Paraíba para facilitar o trabalho de captação de água, mas que acabou sendo embargada pelo Ministério Público Federal. 


O diretor-presidente do comitê, João Gomes de Siqueira, disse que o órgão tem trabalhado bastante na questão do assoreamento. “Temos sim, um fenômeno natural, mas que foi agravado pela mão do homem”, observou. Segundo ele, o Rio de Janeiro capta 250 mil litros por segundo do Rio Paraíba enquanto SJB fica com 150. “Isso aumenta o assoreamento”.

Fizeram ainda parte da mesa, o diretor administrativo do comitê, Zenilson Coutinho e os pescadores: Carlos Pereira, João Batista Nunes Fernandes e Jorge Valter Ribeiro. “Sinto muito pela ausência aqui da Colônia de Pesca, da Secretaria de Pesca, da Prumo e da Capitania dos Portos”, falou a vereadora Sônia Pereira, que requereu a audiência a pedidos dos próprios pescadores.





Fonte: Ascom