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(Foto: Eduardo Ferreira) |
Uma decisão judicial da Vara Cível de Petrópolis, Região Serrana do Rio, expedida no dia 30 do mês passado garantiu a atividade dos charreteiros da cidade. A decisão teve como base a não caracterização de maus tratos aos cavalos e que a atividade é fiscalizada pelo município.
Segundo Ana Cristina Ribeiro, coordenadora da ONG AnimaVida, a decisão da Justiça foi perfeita e justa, mostrando total entendimento do juiz sobre a situação. O passeio pelo Centro Histórico dura cerca de 40 minutos, com duas paradas. Do Museu Imperial, a charrete segue pela a avenida Tiradentes no contra fluxo para a faixa exclusiva para as vitórias. Muita gente ainda não respeita a área. Segundo o charreteiro Roni da Silva, a rota antiga das charretes seria a melhor opção.
Antigamente, após a Catedral São Pedro de Alcântara, a charrete seguia pela Rua 13 de maio, mas a rota atual é a Avenida Koeler, que recebe grande fluxo de carros, o que acaba assustando os animais, principalmente os veículo de grande porte como ônibus e caminhões.
Ainda de acordo com Roni, o percurso das charretes deveria ser revisto. “A AnimaVida apoia a iniciativa dos charreteiros que reivindicam, junto à CPTrans e à Fundação de Cultura, uma mudança no trajeto das charretes, visando poupar fisicamente os animais e protegê-los da postura agressiva de diversos motoristas de ônibus que circulam pela Avenida Koeler”, disse Ana Cristina.
Em nota enviado ao G1, o município disse que “ a Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans) já recebeu o pedido e esclarece que a solicitação está sendo avaliada pela equipe técnica”.
Movimento pede fim das charretes
Apesar da Justiça ter considerado a atividade legítima, um movimento pede o fim das charretes em Petrópolis. Para sensibilizar a população, o grupo criou um perfil em uma rede social para postar fotos com cartazes com as seguintes frases: “Petrópolis, turismo da vergonha” e “Petrópolis, pare de escravizar cavalos”.
De acordo com a ativista Juliana Marques, é uma contradição a cidade onde a princesa Isabel assinou a Lei Áurea (que decretou o fim da escravidão), usar animais para puxar charretes e serem escravizados. “Os animais não foram feitos para serem usados como mão de obra”, afirmou.
Para a ativista, uma das opções seria o município adotar a “Jardineira Imperial”, um carro enfeitado com flores que faria os passeio pelo centro Histórico. Além disso, Juliana conta que foram feitas duas petições públicas para serem entregues ao prefeito Rubens Bomtempo. “Ele (prefeito) não nos recebe. O município quer manter as charretes usando disso para fazer uma publicidade da cidade, por ser um município histórico”, afirmou.
“Petrópolis tem um potencial turístico enorme, mas o município está andando para trás. Não estamos contra os charreteiros, e sim, contra a utilização dos cavalos. Eles ficam expostos ao sol o dia todo, bebem água suja que lava a charrete e carregam mais peso do que podem”, afirmou Juliana.
Apesar dos ativistas serem contra o uso dos cavalos, Ana Cristina Ribeiro afirma que o caso vai além das charretes. “A gente sabe que se esses animais não ficarem nas charretes vão trabalhar em outro lugar. Os charreteiros tratam eles muito bem, apenas um deles que não estava seguindo as regras já foi notificado e afastado da função. Todo o trabalho é fiscalizado”, afirmou.
Fonte: G1