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| (Foto: Ralph Braz) |
Enquanto o Prefeito José Amaro Martins de Souza, Neco, elogia o atendimento que seu irmão Dedé recebeu no Centro de Emergência de São João da Barra, no último dia 04 de abril, 07 pessoas morreram no período de 08 dias no município, na principal unidade de saúde, inclusive na data do atendimento do irmão do Chefe do Executivo.
O Portalozk.com apurou que, por dificuldades para conseguir transferência, além da falta de profissionais, medicamentos e até manutenção em equipamentos, pessoas tem entrado em óbito dentro do Centro de Emergência de São João da Barra sem conseguir ter um atendimento especializado em hospitais com mais recursos e especialistas fora do município.
Entre os dias 26 de março e 02 de abril, sete óbitos foram registrados na principal unidade de emergência do município: Amaro Lirio de Vasconcelos; Maria Helena de Azevedo Barreto; Celia Soares Monteiro; Luiz Barreto Moreira; Adriano Ferreira; Gelson Rangel Filho e; Antonio Cesar Borges.
A reportagem apurou também que há pacientes que estão há mais de 24 horas internados no Centro de Emergência de São João da Barra - há cerca de um mês -, contrariando os artigos 14 e 15 da Resolução Número 2.077 do Conselho Federal de Medicina (CFM), que dizem: "O tempo máximo de permanência dos pacientes nos Serviços Hospitalaresde Urgência e Emergência será de até 24h, após o qual o mesmo deverá ter alta, ser internado ou transferido" e "Fica proibida a internação de pacientes nos Serviços Hospitalares de Urgência e Emergência", respectivamente.
No caso do irmão do Prefeito Neco, o Dedé, ele foi atendido no P.U. do Açu e, depois, foi encaminhado para o Centro de Emergência do município, sendo que, em seguida, conseguiu uma remoção rápida, com transferência para a Santa Casa de Misericórdia de Campos dos Goytacazes. Os critérios utilizados para a transferência de Dedé, e não de outros pacientes, são desconhecidos.
PROFISSIONAIS - O Centro de Emergência de São João da Barra, que deveria trabalhar com 04 clínicos gerais e 02 pediatras por dia, tem esse mesmo número de profissionais no quadro geral. Sendo assim, a metade tem sido responsável pelo atendimento diário na unidade. Os 02 clínicos gerais e o único pediatra, por dia, fazem um plantão de 12 horas, quando deveriam fazer um plantão de 24 horas. Há também o caso de que muitos profissionais estão sendo substituídos por acadêmicos, principalmente nos finais de semana.
EQUIPAMENTOS - O Centro de Emergência de São João da Barra tem enfrentado outros problemas, como por exemplo a falta de monitores multiparamétricos, os monitores cardíacos - de sinais vitais - que, na gestão passada, foram deixados 05 aparelhos funcionando e, atualmente, só existe um deles na sala vermelha. Não foi explicado o motivo de haver apenas um monitor em funcionamento e, sequer, o que aconteceu com os outros quatro.
TRANFERÊNCIAS - O motivo da dificuldade em se conseguir transferência dos pacientes, segundo apurado pelo Portalozk.com , é que a Prefeitura de São João da Barra estaria em atraso com o pagamento do convêncio de Itaperuna (RJ). Sem pagar pelos serviços, a Prefeitura sanjoanense estaria sem ter para onde encaminhar os pacientes.
ENTREVISTA - Em recente entrevista em um programa de rádio local, o Prefeito José Amaro Martins de Souza, Neco, se encarregou de dar um dado interessante sobre os óbitos no município. Neco disse que antigamente, se referindo a gestão passada, morriam mais sanjoanenses fora do município. Entretanto, o Prefeito não esclareceu que na gestão passada os recursos da Saúde eram aplicados e os pacientes tinham mais facilidade para receberem atendimento em hospitais com mais recursos fora do município. O que ocorre diferente nos dias de hoje, pois com a falta de pagamento de convênios por parte da Prefeitura sanjoanense, a transferência é inviável e pessoas infelizmente estão morrendo dentro de São João da Barra por falta de condições de um melhor atendimento, com mais recurso, em hospitais de outros municípios.
Fonte: Portal OZK
