(Foto: Divulgação | TRE) |
Oitenta fiscais do Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ) entraram nesta quarta-feira no Complexo da Maré, Zona Norte da cidade, e apreenderam material de campanha do deputado Anthony Garotinho (PR) e de Clarissa Garotinho (PR), candidata a deputada federal.
Além de cinco mil panfletos do ex-governador e de Clarissa, foram encontrados cerca de duzentos formulários do Cheque Cidadão — programa da gestão Garotinho e que funciona também na prefeitura de Campos, comandada por Rosinha Garotinho —, dois mil exemplares do informativo Palavra de Paz, uma das publicações da empresa homônima, comandada pelo deputado, cem caixas de amostras grátis de remédios, lista de entregas de cestas básicas, cronograma da equipe de campanha de Garotinho, Clarissa e do candidato a deputado estadual Guiga (PR), além de cem adesivos dos candidatos.
Nesta segunda-feira, depois de O GLOBO denunciar que o Centro Cultural Garotinho, em Campos dos Goytacazes, interior do Rio, era usado para distribuição de enxovais para bebês pelo candidato, o que é proibido por lei, o TRE fechou o centro cultural.
O TRE apreendeu, ainda, oito faixas com ataques ao governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), ao candidato a deputado federal Pedro Paulo (PMDB) e ao prefeito Eduardo Paes (PMDB), além de três computadores e R$ 800 em espécie.
As apreensões foram feitas no conselho dos moradores da Vila Ipiranga, Salsa e Merengue e Marrocos, suspeito de atuar como centro social. A operação teve apoio do Exército e de fuzileiros navais que ocupam o complexo de favelas. Circulando pelo local, o TRE também apreendeu uma tonelada de placas irregulares. Em Vila dos Pinheiros, a maioria das placas encontradas eram dos candidatos Gérson Bergher (PSDB) e Del (PSDC), além de Garotinho e Clarissa.
O ex-governador Garotinho negou as irregularidades, disse que algumas informações do TRE-RJ estão equivocadas e se dissociou de cada elemento apreendido pelos fiscais.
— Isto está confuso, algumas informações não são corretas. Os remédios não estavam no conselho de moradores, mas sim no centro social do Gérson Bergher. Não era cadastro do Cheque Cidadão, e sim do Bolsa Família, e não tenho nada com isso. O Cheque Cidadão não existe (no Rio) há sete anos, estão tão obcecados com isso que confundiram o nome.
O candidato admitiu relação apenas com os panfletos em seu nome, e não soube dizer se o material já foi incluído na prestação de contas à Justiça Eleitoral.
— A única coisa foi nosso material de campanha, que eles queriam nota. Não sei se já foi declarado — disse Garotinho, negando ainda estar por trás das faixas contra Pezão, Paes e Pedro Paulo. — Quem fez essas faixas? Não tenho nada com isso. Segundo meus advogados, não estavam no mesmo lugar (junto de seu material de campanha).
Fonte: O Globo