segunda-feira, 25 de novembro de 2013

FUNCIONÁRIOS DO PORTO DO AÇU EM SJB DENUNCIAM MÁS CONDIÇÕES DE TRABALHO

(Foto: Silvana Rust/ Terceira Via)

Trabalhadores que prestam serviço ao Porto do Açu voltaram a denunciar empresas que, segundo eles, não cumprem as leis conforme estabelecidas pela construção civil. Um trabalhador, que preferiu não ser identificado, informou a equipe de reportagem do Jornal Terceira Via, precariedades e falta de infraestrutura nas condições de trabalho, como falta de alimentação adequada, lugar seguro para dormir e morar, ônibus para transporte, além da falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPI).

“Algumas empresas até dão uma pequena quantia de ajuda de custo, principalmente na parte de alimentação e transporte. Mas, mesmo com este valor, ainda é insuficiente para uma qualidade de trabalho digna. Quando reclamamos, eles ameaçam nos demitir. Estamos vivendo em péssimas situações sem poder falar. Pedimos socorro.”, disse o trabalhador, lembrando que, após a última fiscalização feita no mês de maio deste ano, a situação melhorou, mas não passou do primeiro mês.

E não é de hoje que o Complexo Portuário é alvo de questionamentos e denúncias. Em novembro de 2012, 33 dos 181 trabalhadores que vieram do Nordeste do Brasil, para ajudar na construção do estaleiro do Porto do Açu, em São João da Barra (SJB), pediram demissão. O pedido foi feito depois que o Ministério do Trabalho (MT) fez uma inspeção no alojamento dos trabalhadores, local conhecido com Carandiru, e constatou, pelo menos, 14 irregularidades. Duas empresas, uma contratante e outra sublocada foram notificadas pelo MT.

Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil e do Mobiliário (Sticoncimo), José Carlos Eulálio, já foram feitas cinco denúncias ao Ministério do Trabalho e ao Ministério Público do Trabalho contra a empresa Engetec, que presta serviço para a LLX e que conta com a mão de obra de quase 800 trabalhadores.

“Não podemos obrigar as empresas a concertarem tudo o que está errado. O sindicato não tem o poder de polícia. As denúncias são levadas às autoridades, e se os trabalhadores não estão com paciência para esperar, que promovam paralisação”, induziu Eulálio, enfatizando que a iniciativa vai acelerar as denúncias que já foram feitas aos Ministérios.

Ele ainda disse que as denúncias feitas pelo sindicato também estão sendo feitas junto à Comissão Especial na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

A próxima audiência está prevista para acontecer no próximo dia 26, ocasião que as empresas serão convocadas a prestarem esclarecimentos.

Para saber o que as empresas citadas pela denúncia do trabalhador têm a dizer, a equipe de reportagem do Jornal Terceira Via entrou em contato com a empresa OSX, empresa contratante. Por meio de nota, ela informou que não irá comentar o que chamou de rumores. Tentamos contato com a empresa Engetec, mas não obtivemos sucesso.

Já a empresa LLX esclareceu que cumpre as normas e determinações da legislação brasileira e cobra o mesmo de todas as empresas contratadas diretas e indiretas nas obras do Porto do Açu. A empresa informou ainda que incentiva suas contratadas ao estreito relacionamento com o Sindicato da Construção Civil de Campos e região. E que a LLX está alinhada com seus clientes no cumprimento das leis, incluindo as normas de segurança e saúde ocupacional.



Fonte: Terceira Via