sexta-feira, 3 de abril de 2020

Bolsa cai após caos do COVID-19 no mundo passarem de 1 milhão

(Foto: Rahel Patrasso)
Apesar do respiro na véspera, puxado pela recuperação da Petrobras diante da notícia de que Arábia Saudia e Rússia estariam em negociação em relação à produção de petróleo, o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, operava em queda forte nesta nesta sexta-feira (3). Por volta das 13h, o índice caía 5,5%, a 68.252 pontos.

No cenário interno, a instabilidade política ainda dita o clima do mercado neste encerramento de semana. O presidente Jair Bolsonaro afirmou que poderá editar na semana que vem uma norma para garantir a volta do comércio e outras atividades suspensas no país, caso governadores e prefeitos que tomaram medidas drásticas de isolamento social não comecem paulatinamente a rever suas decisões.

Em entrevista na tarde de ontem, Bolsonaro disse que precisa de mais apoio popular para encerrar o isolamento e também afastou boatos de que os desentendimentos com Luiz Henrique Mandetta, a quem pediu um pouco de humildade, poderiam levar a uma demissão do atual ministro da Saúde.

Ainda pela manhã, o ministro da Economia, Paulo Guedes, realiza videoconferência com secretários da pasta. As principais expectativas giram em torno da liberação do coronavoucher, que deve salvar o bolso de autônomos pelos próximos meses. Guedes havia dito que o benefício deve ser liberado nos próximos dias.

Lá fora

Depois que o número de casos de coronavírus ao redor do mundo bateu a marca de um milhão, as bolsas asiáticas fecharam a semana em baixa. O índice que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, recuou -0,57%, enquanto o índice de Xangai teve queda de -0,6%.

Numa tentativa de acalmar os ânimos, o banco central da China anunciou que vai cortar novamente os depósitos compulsórios dos bancos, liberando o equivalente a US$ 56 bilhões em liquidez para sustentar a economia. A esperança é abrandar o encolhimento que a segunda maior economia do mundo deve sofrer pela primeira vez em 30 anos.

Na Europa, os mercados financeiros caem nesta sexta-feira, ofuscando os ganhos da semana, à medida que mais empresas sinalizavam um impacto nos negócios devido à pandemia de coronavírus. No cenário atual, os números apontam uma recessão global mais severa do que a que se esperava.

Com mais de um milhão de pessoas infectadas em todo o mundo, número batido após o disparo de casos nos Estados Unidos, os países tem estendido os bloqueios nacionais. Por conta disso, economistas esperam que o PIB real da área do euro encolha até 43% no segundo trimestre.

Os números macroeconômicos estão começando a refletir a extensão da crise, com reivindicações de auxílio-desemprego nos EUA ultrapassando 6 milhões na semana passada. Na Espanha, cerca de 900 mil trabalhadores perderam o emprego desde meados de março.






Reuters