terça-feira, 28 de novembro de 2017

Teatro: Agentes penitenciários dizem que invasão à cela de Garotinho é 'quase impossível'

(Domingos Peixoto | Agência O Globo)
O diretor da Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, Fábio Ferraz Sodré, e cinco agentes penitenciários que trabalham na unidade prestaram depoimento nesta segunda-feira na 21ª DP (Bonsucesso). Todos disseram à polícia que é "quase impossível" o ex-governador Anthony Garotinho ter sido agredido na prisão.

- Os depoimentos dos servidores foram convincentes, e divergentes do depoimento do preso. Eles garantiram que é quase impossível alguém invadir a cadeia e chegar ao segundo andar sem ser visto. Vou ouvir todo mundo que estava de plantão, como os três servidores da portaria. Quero ver as imagens das câmeras de segurança que ainda não recebi e não descarto nem a hipótese de fazer uma perícia lá no local - disse o delegado Wellington Vieira.

O delegado aguarda o resultado do exame de corpo de delito e pretende ouvir mais servidores do presídio e o ex-secretário de Saúde, Sergio Côrtes, que também está preso e prestou atendimento a Garotinho.

Na sexta-feira, a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) transferiu o ex-governador para a Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira (Bangu 8), no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio. Em Bangu 8, Garotinho está isolado em uma cela monitorada por uma câmera 24 horas por dia. A transferência foi feita como punição por não ter provado as supostas agressões que disse ter sofrido na madrugada de sexta-feira.

Garotinho contou que um homem entrou na cela dele e bateu nele com um porrete, além de fazer ameaças com uma arma. Segundo o ex-governador, a agressão teria sido causada em retaliação das denúncias feitas por ele sobre irregularidades em órgãos dos estado, inclusive a Seap.

De acordo com a Seap, Garotinho estava sozinho em uma galeria composta por nove celas todas vazias, em Benfica, e se autolesionou. E as imagens das câmeras de segurança da unidade não registraram a presença de qualquer pessoa ou estranhos que pudessem comprovar a agressão relatada pelo ex-governador.






Fonte: O Globo