sexta-feira, 14 de outubro de 2016

A partir de 2017, a vez será delas: Cinco prefeitas eleitas vão administrar as vidas de quase 130 mil pessoas.

(Foto: Ralph Braz | Pense Diferente)
Em todo país, apenas 12% das mulheres candidatas foram eleitas para prefeituras. Na contramão desse índice, a região Norte Fluminense terá, a partir de 2017, quatro prefeitas: São João da Barra Carapebus, Quissamã e São Francisco de Itabapoana. O Noroeste do Estado do Rio também terá uma mulher à frente do Executivo Municipal, em Italva. Juntas, vão administrar as vidas de quase 130 mil pessoas.

Eleita pela terceira vez prefeita de São João da Barra, Carla Machado (PP) obteve 73,02% dos votos – 22.032 eleitores superando o atual prefeito, Neco (PMDB), que conquistou apenas 26,98% do eleitorado. Carla diz que o fato de ser mulher traz um olhar diferenciado quanto à administração pública: “Vamos arrumar a casa, tudo que está errado e retomar o desenvolvimento que marcou nossas gestões anteriores”, garante.

A prefeita eleita afirma que a mulher vem ganhando cada vez mais espaço no cenário político e, em geral, é um reconhecimento da população no bom trabalho desenvolvido em várias áreas. Para o próximo mandato: “Iremos reordenar as ações do nosso antigo governo e colocar as prioridades como meta inicial”, frisa.

Já a estreante, e vitoriosa, na disputa à Prefeitura, Fátima Pacheco (PTN) quebrou a hegemonia da família Carneiro em Quissamã e venceu não apenas o ex-prefeito Armando Carneiro (PSB), como o atual Nilton Furinga, que assumiu a prefeitura após a morte de Octávio Carneiro em meados do ano passado.

Fátima diz que suas escolhas de vida, como a profissão e a própria trajetória política, têm a ver com o fato de ser mulher.

— A condição feminina deu a mim uma vocação de acolhimento e cuidado. Seja como assistente social, secretária municipal ou vereadora, a minha principal preocupação sempre foi o ser humano, a qualidade de vida das pessoas. Mas a cidade também merece uma atenção diferenciada, com obras e serviços que garantam mobilidade, tranquilidade e segurança. Como mulher e mãe, eu me solidarizo às famílias que sofrem a angústia do desemprego, o medo da fome e a dor da juventude entregue à ociosidade. Como prefeita, aceito o compromisso de uma cidade com creches, esporte, cultura e lazer. E assumo o desafio de gerar emprego e distribuir renda, além de qualificar e preparar os jovens para o mercado de trabalho.

Ela também destacou um grande avanço na afirmação da mulher como protagonista na política de seus municípios, mas ressalta que eleger mulheres, embora positivo, não é o principal: “É preciso comprometimento”.

Primeiro turno com apenas 12% de eleitas

Análise feita pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), com base em dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mostra que o primeiro turno do pleito municipal deste ano elegeu apenas 12% de mulheres para os cargos de prefeito em todo país. Nesta eleição, o percentual de mulheres que disputaram cargos eletivos ultrapassou 30%. De acordo com o tribunal, a primeira vez que isso ocorreu foi nas eleições municipais de 2012, quando partidos políticos e coligações atingiram o percentual de 32,57% de candidatas.

Ainda segundo o TSE, do total de candidatos na eleição,155.587 (31,60%) eram mulheres e 336.819 (68,40%), homens. Na disputa para os cargos de vereador em todo o país, a proporção foi ainda maior: 32,79% candidatas. Na disputa majoritária, para prefeito, 12,57% dos candidatos eram do sexo feminino.

A região que proporcionalmente elegeu mais mulheres nos cargos de prefeito foi o Nordeste, com um índice de 15,99%, seguido por Norte (14,80%) e Centro- Oeste (12,58%).

As regiões Sul e Sudeste ficaram abaixo dos dez pontos percentuais, com 7,05% e 8,9% respectivamente. O Estado do Rio Grande do Norte foi o que elegeu mais mulheres, em 28,14% dos cargos. O menor percentual ficou com o Espírito Santo: do total de vagas preenchidas, apenas 5,41% foram ocupadas por mulheres.







Fonte: Folha da Manhã