sábado, 21 de junho de 2025

Castro apoio a Bacellar, ataque a Lula, em defesa a Bolsonaro e candidatura ao Senado


O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL-RJ), nega que haja preconceito contra o funk na sua gestão. As críticas de que a polícia carioca atua de forma a criminalizar a periferia e suas manifestações culturais são antigas, mas ficaram ainda mais fortes com a prisão do funkeiro Poze do Rodo, um dos cantores mais famosos do país atualmente.



Pesquisadores, juristas e lideranças que lutam pelos direitos humanos dizem que a operação que levou o MC para a cadeia foi marcada por espetacularização e tratamento desproporcional ao artista, em uma tentativa de associar o funk ao crime organizado. Em entrevista ao UOL, Castro disse que não há "julgamento" contra o ritmo, mas que há indícios de ligação de Poze com o Comando Vermelho.


O governador também fez críticas ao governo Lula. Disse que a gestão petista está desconectada das necessidades da população e, por isso, tem baixos índices de popularidade. Castro ainda defendeu que o ex-presidente Jair Bolsonaro, inelegível até 2030, lute "até o fim" para ser candidato em 2026.


Governo Lula está 'desconectado' da realidade

Castro avalia que a baixa popularidade do governo apontada nas pesquisas de opinião se deve a uma desconexão entre medidas da gestão petista e as prioridades da população.

"Você vê o governo federal meio míope, meio desconectado da realidade, da vida como ela é. Ele celebra dados que o pessoal não enxerga. Aí é difícil você fazer uma comunicação boa quando ela parte de uma premissa equivocada. A economia, o PIB não estão altos pela atividade econômica. O PIB está alto pela gastança e pelo endividamento das famílias. Quando ele aumenta o consignado, está endividando as famílias.

A vida das pessoas não está boa. Estão sobrevivendo, mas nenhum empresário está feliz pegando os juros a 15%. Nenhum cidadão está feliz pagando parcelas de seu empréstimo de 15%. É uma falsa realidade. E o povo não é bobo, entende que a vida não está boa. Você tem um problema de segurança pública que é praticamente ignorado pela União. Ele transfere para os estados, e pronto. É uma desconexão."


'Defendo que Bolsonaro lute até o final para ser candidato'

Castro defende que Bolsonaro adote estratégia parecida com a usada pelo presidente Lula (PT) nas eleições de 2018. Então preso em Curitiba e inelegível, o petista se manteve na disputa eleitoral até o fim de agosto, a pouco mais de um mês para o pleito, quando teve o registro de candidatura rejeitado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral)

Também fora da disputa por decisão do TSE, até 2030, Bolsonaro afirma que será candidato no próximo ano.

"Eu defendo que ele lute até o final para ser candidato. Eu defendo que ele vá até as últimas instâncias porque nós consideramos a inelegibilidade dele injusta. Então, eu defendo que, enquanto ele tiver recurso, enquanto ele tiver possibilidade, enquanto ele tiver a chance de ser."

Candidatura ao Senado 

Em segundo mandato e sem possibilidade de reeleição, Cláudio Castro tem o futuro político incerto para 2026. Ele admite, no entanto, que pode deixar o cargo antes do fim — precisaria se desincompatibilizar do governo até abril do ano que vem, como determina a legislação eleitoral — para ser candidato ao Senado. 

O Bacellar se elegeu pelo PL e, depois, foi assumir a presidência do União Brasil. O presidente Bolsonaro foi muito claro na orientação dele que a nossa eleição principal era ao Senado e à Câmara Federal. Eu nada mais fiz que seguir as orientações do presidente Bolsonaro. Então, a ideia é de ser alguém da aliança, já que o presidente Bolsonaro quer as duas vagas do Senado para o PL. Não cabe na chapa ter três vagas para o PL. Nós temos hoje uma aliança grande e não é muito razoável o PL ter todos os cargos da chapa.

"Se eu sair (do governo antes do fim do mandato), é pra ser candidato ao Senado. Depende do que é melhor pro presidente Bolsonaro, pro grupo político. É eu ser candidato ou eu ficar no governo? Você vê que o João Doria, por exemplo, saiu para não ser candidato a nada, porque o grupo político dele achou que era o melhor caminho. Se o grupo achar que eu tenho que vir senador, eu venho. Se o grupo achar que eu não tenho que sair, eu não saio. Se achar que eu tenho que sair, mas não tenho que ser candidato, é uma questão mais de campo político do que de projeto pessoal."


 Dificuldades na sucessão estadual 

Castro lançou o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União Brasil), como pré-candidato a governador nas eleições do ano que vem. Bacellar, no entanto, enfrenta rejeição de alas do PL e até do pastor Silas Malafaia, aliado da extrema direita no estado.

O Bacellar se elegeu pelo PL e, depois, foi assumir a presidência do União Brasil. O presidente Bolsonaro foi muito claro na orientação dele que a nossa eleição principal era ao Senado e à Câmara Federal. Eu nada mais fiz que seguir as orientações do presidente Bolsonaro. Então, a ideia é de ser alguém da aliança, já que o presidente Bolsonaro quer as duas vagas do Senado para o PL. Não cabe na chapa ter três vagas para o PL. Nós temos hoje uma aliança grande e não é muito razoável o PL ter todos os cargos da chapa.