O dólar fechou a sexta-feira com forte alta no Brasil, novamente acima dos R$ 5,90, com investidores adotando posições defensivas antes do Carnaval e avaliando negativamente a indicação de Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais do governo.
Durante a tarde, o bate-boca entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, também fez o dólar ganhar força em todo o mundo, incluindo no Brasil.O dólar à vista fechou em alta de 1,50%, aos R$ 5,9165 — maior cotação de fechamento desde 24 de janeiro, quando encerrou em R$ 5,9182.
A semana foi desastrosa para o real, com o dólar acumulando alta de 3,25%. No mês, a moeda norte-americana acumulou ganhos de 1,39%.
A semana foi desastrosa para o real, com o dólar acumulando alta de 3,25%. No mês a moeda norte-americana ainda acumulou ganhos de 1,39%.
Às 17h05 na B3 o dólar para abril — que se tornou o mais líquido nesta sessão — subia 1,10%, aos R$5,9420.
A manhã desta sexta-feira foi marcada pela disputa entre comprados e vendidos pela formação da taxa Ptax de fim de mês. Calculada pelo BC com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros tentam direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta das cotações) ou vendidas em dólar (no sentido de baixa).
Agentes também buscavam o dólar como forma de proteção antes do período de Carnaval, que manterá os mercados fechados no Brasil até quarta-feira. Em função disso, a moeda norte-americana se manteve em alta durante praticamente toda a manhã.
Mas as cotações dispararam no início da tarde, após o anúncio de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou Gleisi — uma crítica contumaz do Banco Central e dos cortes no Orçamento do governo — para a pasta de Relações Institucionais.
Profissionais ouvidos pela Reuters ponderaram que a escolha de Gleisi passa um sinal negativo ao mercado financeiro — sempre criticado por ela — e coloca em dúvida a capacidade de articulação do governo no Congresso.