(Foto: Ralph Braz | Pense Diferente) |
O Centro de Emergência de São João da Barra será reaberto ainda este ano, com a possibilidade de isso acontecer ainda neste semestre, segunda a secretária de Saúde do município, Arleny Valdes Arias. Ela foi a entrevistada desta quarta-feira (5) do Folha no Ar 1ª edição, da Folha FM 98,3. Arleny também falou sobre o aumento da demanda por serviços de urgência e emergência do município, fez críticas à gestão do ex-prefeito Neco (MDB), destacou que no governo Carla Machado (PP) “saúde é prioridade” e comentou sobre as notícias relacionadas ao coronavírus pelo Porto do Açu. Cubana, que chegou ao município no programa “Mais Médicos”, do governo federal, ela falou sobre o período de adaptação no Brasil, as principais diferenças em saúde pública e sanção que sofreu ao optar por ficar em São João da Barra, ao invés de voltar para Cuba, quando acabou seu contrato. Considerada desertora, ela só pode voltar à ilha dos Castro em 2025.
O Centro de Emergência de SJB enfrenta problemas desde o fim da gestão Neco. Em março de 2017, já no governo Carla, foi fechado para reforma e desde então muitas especulações foram feitas. A empresa responsável pela construção do prédio realizou algumas intervenções, que seriam por conta da garantia da obra. Posteriormente, a instalação elétrica da unidade foi furtada. Chegou a ser anunciado, inclusive, que o espaço seria utilizado, após reinaugurado, para atendimento ambulatorial e centros especializados:
— A intenção da gestão e da prefeita é realmente reabrir o Centro de Emergência. Teve uma conversa, sim, de mudar o perfil, mas a gente observou um aumento da demanda de emergência em SJB, um aumento da população de SJB, também, com a vinda do Porto. Então, a gente pretende reabrir como um Centro de Emergência pediátrico e adulto.
Questionada sobre prazos, a secretária lembrou de dívidas herdadas pela atual gestão que, segundo ela, impediram que o local fosse aberto antes, salientando que no governo do ex-prefeito, enquanto ela clinicava pelo “Mais Médicos”, chegou a ver o Centro de Emergência e a Santa Casa fechados. Ela também lembrou que o município teve uma queda de receitas na fonte royalties no ano passado e vive a expectativa do julgamento sobre a partilha, no Supremo Tribunal Federal (STF). “O interesse é abrir o quanto antes, ainda no primeiro semestre. Só estamos esperando, realmente, ver como vai ser a estrutura financeira deste ano, como vai ser a votação no STF. Mas, eu acho, que ela (a prefeita) não vai esperar”, afirmou Arleny, acrescentando que a Santa Casa continuará com atendimentos mesmo com a e reabertura do Centro de Emergência.
Coronavírus — A secretária também comentou sobre a questão do coronavírus e o alarde criado sobre a possibilidade de chegada da doença à região pelo Porto do Açu. Ela destacou que, hoje, o coronavírus é uma preocupação mundial, tanto que a Organização Mundial de Saúde (OMS) já declarou alerta máximo, mas que é necessário muito cuidado na hora de transmitir uma informação desse tipo:
— Em um caso como esse de alerta máximo, a responsabilidade do acompanhamento é diretamente do Ministério da Saúde, da Anvisa. A secretaria de Saúde convocou as empresas do Porto e trocamos informações. Eles estão seguindo todas as indicações pela Anvisa. A probabilidade da entrada do coronavírus pelo Porto do Açu é ínfima. A gente não chega a essa conclusão sem fazer uma análise profunda. É ínfima porque o Coronavírus tem um período de encubação de oito a 14 dias, e um navio não fica no mar menos de 40 dias. Então, a probabilidade de o tripulante apresentar sintomas, chegar sintomático no Porto, é quase nula. Isso não quer dizer que não tem risco da entrada no Brasil.
Fonte: Folha da Manhã