(Foto: Divulgação | A.N.I) |
Cerca de de 1.500 casos de chikungunya foram notificados à Prefeitura de Campos. Destes, 144, mais graves, foram confirmados por exames específicos. A situação epidemiológica é de surto, que foi divulgado pela secretaria de Saúde na última sexta-feira (8). No Centro de Referência de Doenças Imuno-infecciosas (CRDI), a média é de 250 pessoas com sintomas da doença atendidas diariamente. E, esta manhã, o número de casos confirmados tinha aumentado em pelo menos um, segundo Júlio César Firmino Barcelos, que levou a mãe, Míriam, de 52 anos, ao CRDI, com exame positivo para chikungunya.
— Há cerca de um mês, apareceram os primeiros sintomas. Ela esteve aqui, fez alguns exames e voltou para casa. As dores aumentaram e pediram o exame para confirmar e o resultado saiu hoje (terça-feira), confirmando a doença. No nosso bairro, Jóquei Clube, há várias pessoas com os sintomas — contou o filho da paciente, que aguardava o procedimento a ser indicado.
De acordo com o diretor do CRDI, Luiz José de Souza, os casos suspeitos, comprovados através de exames clínicos e laboratoriais iniciais, já definem o quadro epidemiológico de surto ou epidemia.
— Apenas o município de Campos realiza os exames comprobatórios da doença. Em geral, os exames iniciais de sangue, para contagem das plaquetas, somados aos exames médicos, que avaliam os sintomas, já confirmam ou descartam a chikungunya. Inicialmente, a pessoa é medicada e volta para casa. A maioria melhora. Se o paciente volta com o quadro mais complexo, como articulações comprometidas, é pedido o exame comprobatório, que nem no Rio é feito, só em Campos. Havendo necessidade, a pessoa pode até ser internada — explicou o médico.
De acordo com o quadro epidemiológico da chikungunya, os bairros de Campos com números mais altos de casos da doença são o Turfe Clube (403); Goytacazes (148). Pecuária (124); Centro (112) e Jóquei (110).
LIRAa — O resultado do último Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes Aegypti (LIRAa), transmissor da chikungunya e também da dengue, febre amarela e zika, foi 6,1. A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera aceitável apenas 1%. A secretaria municipal de Saúde, através da Vigilância em Saúde, lembra que vem alertando a população quanto aos cuidados que devem ser tomados para evitar a proliferação do mosquito transmissor. Neste ano, foram confirmados 37 casos de dengue e 144 de chikungunya. Não há casos de zika e febre amarela em 2018.
Ações de combate — De acordo com Vigilância em Saúde, agentes de endemia do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) prosseguem com os mutirões de combate ao mosquito transmissor, e o sexto mutirão vai acontecer na próxima sexta-feira (15), nos bairros da Penha, Vila Manhães, Bela Vista, Estância da Penha e no Parque Vila do Prado. Locais como Donana, São José, Imperial, Parques Vicente Dias, Santo Antônio, Niterói e Jardim Carioca já receberam as equipes.
Em nota, a secretaria de Saúde informou, ainda, que “com a campanha 10 minutos sem Aedes, a população vem sendo convocada a desenvolver ações em suas residências como retirar água de chuva acumulada em lajes e calhas; retirar do quintal todo objeto que acumule água, como garrafas, pneus, latas e até tampinhas de refrigerantes, entre outros cuidados. Nesta terça (12), equipes da Companhia de Desenvolvimento do Município de Campos (Codemca), Vigilância Sanitária e Centro de Controle de Zoonose (CCZ) realizaram uma ação de conscientização com comerciantes do entorno do Mercado Municipal”.
Equipes orientam comerciantes do Mercado
Equipes da Companhia de Desenvolvimento do Município de Campos (Codemca), do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) e da Vigilância Sanitária realizaram, nesta terça-feira (12), uma ação integrada no Mercado Municipal e estabelecimentos próximos, de combate ao mosquito Aedes aegypti. No Mercado, as equipes visitaram os 465 boxes da feira livre, 74 boxes internos e 46 boxes da peixaria.
De acordo com o presidente da Codemca, Vinícius Vieira, o objetivo foi conscientizar comerciantes do Mercado e lojas próximas sobre a importância da adoção de medidas adequadas na prevenção das arboviroses como dengue, zika, chikungunya e febre amarela.
— Esta é uma ação educacional muito importante porque falamos diretamente com os comerciantes, explicamos as medidas que devem ser tomadas no combate à dengue e à chikungunya e respondemos as principais dúvidas. Agradecemos ao CCZ e a Vigilância Sanitária por estarem conosco no objetivo maior de fazer com que as pessoas entendam a real necessidade de atuarmos todos juntos — explicou Vinícius.
Otho Neves é gerente de um dos estabelecimentos visitados pelas equipes e acha a ação necessária e importante. “Fazemos nossa parte na loja, mas muitos comerciantes não descartam o lixo adequadamente e isso precisa ser mudado. Ações como esta são de extrema importância porque ressaltam o perigo dessas doenças e faz com que as pessoas se lembrem de estar sempre atentas às medidas de prevenção”, disse.
A ação aconteceu durante toda a manhã e as equipes ainda realizaram a panfletagem e falaram sobre a importância do combate aos roedores por meio do descarte correto do lixo e de restos de alimentos.
Fonte: Folha da Manhã