(Foto: Ralph Braz | Pense Diferente) |
“Vamos ter que ocupar a Câmara para conseguir trabalhar?”, indaga o vereador Fred Machado (PPS), revoltado com a ausência de sessões e debates no Legislativo. Na visão dos oposicionistas e “independentes”, fica nítida a falta de interesse dos vereadores rosáceos, que estariam evitando pautas polêmicas. Por sua vez, o presidente da Casa, Edson Batista (PTB), garante que “os trabalhos não ocorrem apenas nos horários das sessões”. Ele também garantiu que as CPIs devem começam a andar na próxima semana.
Na manhã de ontem o vereador Fred Machado usou o seu perfil no Facebook para protestar contra a falta de sessão na Câmara. “Por que audiências públicas e homenagens em dias de sessões ordinárias? Medo de ouvir as verdades e discutir aquilo que somos pagos para tal? A semana tem cinco dias úteis, que se cumpra o regimento interno e tenha as duas sessões ordinárias nos seus dias e datas estabelecidos no mesmo! Ou precisaremos lançar junto aos vereadores o movimento ?#ocupacâmaraparatrabalhar? Decepcionado!”, postou Fred na rede social.
Quem também protestou foi o vereador Alexandre Tadeu (PRB).
- É evidente a falta de interesse da base do governo em comparecer às sessões. Querem evitar que assuntos polêmicos que envolvem o governo Rosinha sejam debatidos e cheguem ao conhecimento da população. Alguns vereadores só pensam em defender o governo. Uma falta de respeito com o cidadão - comentou.
Indagado sobre os protestos dos vereadores, o presidente da Câmara destacou que escuta todos os tipos de opiniões. “Os vereadores têm todo o direito de opinar. Sou presidente de todos, independente da posição política e partido. Mas é bom destacar que vereadores de todas as bancadas já se ausentaram. A Câmara não está parada e os trabalhos não acontecem só durante as sessões”, disse Edson Batista.
CPIs - Ciente de que a Câmara entra em recesso no final deste mês, Edson garantiu que temas polêmicos serão debatidos antes das “férias”. “Não existe essa história de fugir dos debates, A Câmara sempre esteve aberta para todos os tipos de discussões e, na próxima semana, irei me reunir com o procurador da Câmara para tratar sobre as CPIs que foram protocoladas. Se houver uma sinalização positiva da procuradoria, vamos iniciar os trabalhos com duas CPIs”, frisou.
Vereadores da oposição e do bloco “independente” assinaram um pedido de CPI para investigar o contrato da Odebrecht em Campos. Porém, surgiram outros pedidos de CPI e a Lava Jato foi parar no fim da fila. “Misteriosamente apareceram essas CPIs. Uma manobra para evitar que a investigação sobre o contrato bilionário da Odebrecht em Campos”, disse Fred Machado.
Poucas sessões com debates e propostas - Nos últimos meses foram poucas as sessões que contaram com debates e apresentação de propostas. No mês de abril, após diversas sessões não realizadas por falta de quórum, o vereador Mauro Silva (PSDB), líder do governo Rosinha na Casa, explicou que alguns parlamentares não haviam se adaptado ao novo horário, que marcava o início das sessões para às 8h30.
Por conta disso, foi aprovado um novo horário, deixando as sessões para as 10h30. E este foi exatamente o horário escolhido para a realização dos eventos. “Na minha opinião esses eventos poderiam ser realizados na parte da tarde, sem que atrapalhasse as sessões. A população quer mais trabalho e menos festa”, opina o vereador Dayvison Miranda (PSDC), também de oposição.
Quanto custa? – Em recente análise, publicada no Facebook, o economista Ranulfo Vidigal informou que “cada vereador em Campos custa mensalmente aos cofres públicos, portanto, pagos com os impostos dos munícipes (IPTU, ISS, royalties) cerca de R$ 100 mil”, disse.
Fonte: Folha da Manhã