(Foto: Ralph Braz | Blog Pense Diferente) |
Problemas na Saúde de Campos parecem não ter fim. Na tentativa de amenizar um deles, profissionais da emergência pediátrica do Hospital Geral de Guarus (HGG) compraram por conta própria um aparelho de ar condicionado para o setor, como comprova um documento assinado pelo diretor administrativo da unidade. Ainda no HGG, um funcionário relatou diversos problemas no hospital. Nessa quarta-feira (24), mais uma vez, a unidade foi flagrada com pessoas no corredor. Além do HGG, outros problemas relacionados à saúde foram criticados pela população.
Segundo a declaração, com data dessa quarta-feira, o aparelho ar condicionado adquirido por uma servidora “pertence a toda equipe (adquirido em conjunto) do referido setor”, que é a Pediatria, e, “caso a Classificação de Risco da Pediatria seja transferida de local, o ar condicionado deverá ser retirado e instalado no novo local”. A atitude foi vista pela Fundação Municipal de Saúde (FMS) como uma colaboração dos servidores elogiosa.
Mas não seria apenas isso que estaria com problemas no HGG. Segundo um funcionário, que preferiu não se identificar, a unidade está com uma série de problemas graves. Um deles é a acomodação de pacientes com meningite e tuberculose juntamente com outros pacientes, e não em isolamento. “Não existe isolamento. Tem um quarto isolado, mas não tem ventilação. Colocam até duas pessoas juntas, com confirmação e suspeita”, disse.
Ainda segundo a denúncia, a limpeza está sendo feita por funcionários de outros setores, como copeira e almoxarifado, sem treinamento. Além disso, medicamentos como Levofloxacino, Omeprazol, Ranitidina, Clindamicina e Clexane de 80 mg estão em falta.
Ainda segundo o denunciante, as duas ambulâncias da unidade estão em condições ruins. Uma delas, a UTI móvel, não tem ar condicionado nem materiais adequados, segundo o funcionário, que ainda acrescentou a superlotação da unidade. Nessa quarta-feira à tarde, o corredor do HGG foi flagrado com pacientes em macas. Alguns deles e acompanhantes utilizavam máscara.
Em resposta, a FMS disse que pacientes com diagnósticos confirmados de doenças como tuberculose e meningite são mantidos em isolamento e transferidos para o HFM. Já os funcionários responsáveis pela limpeza são treinados para o serviço e não existem concursados desviados de função.
Já sobre a climatização, a FMS responsabilizou a instabilidade da rede de energia. Sobre os medicamentos, o órgão disse que os que eventualmente não estejam disponíveis têm sido substituídos por equivalentes. Já as ambulâncias da unidade estão funcionando normalmente.
Homem engatinha até táxi em frente ao HPC
Um vídeo que circula no Facebook mostra um homem com crise de hérnia de disco que engatinha até um táxi por suposta falta de ambulância no Hospital dos Plantadores de Cana (HPC). O caso foi abordado no blog Na Curva do Rio, da jornalista Suzy Monteiro, hospedado na Folha Online. A situação teria ocorrido na semana passada.
Segundo a internauta que postou o vídeo, no HPC não tinha ambulância para transportar o paciente, apenas com a assistente social, que estava no almoço.
Em nota, a direção do HPC informou “que a assistente social de plantão usou o celular da acompanhante para solicitar a ambulância, a mesma que o levou até o hospital, mas um outro paciente estava sendo transportado”. A nota reafirma que a assistente social atendeu e estava no setor de atendimento, porém, a acompanhante deixou a sala numa outra tentativa de contato com a ambulância. Já a secretaria de Saúde informou que “todo o atendimento foi feito de forma particular”.
Mãe fala de descaso em UBS e no HFM
Problemas na UBS de Travessão e no Hospital Ferreira Machado (HFM) também foram alvos de reclamação. A dona de casa Tamires Rosa, 24 anos, contou que na última terça-feira, seu filho de 5 anos foi mordido por um cão e levado para a UBS, onde foi mal atendido e encaminhado ao HFM.
Ainda segundo Tamires, que está grávida, nessa quarta-feira o menino voltou a ter sangramento e ela não tinha condições de levar o filho para tomar a vacina antirrábica. Ela contou que solicitou uma ambulância, mas só foi atendida após a Folha mandar uma demanda ao órgão responsável.
A secretaria de Saúde informou que a criança foi imunizada contra raiva e recebeu os devidos cuidados. “Quanto ao acolhimento na unidade, a FMS vai apurar os fatos”.
Fonte: Folha da Manhã