Era uma vez um país muito rico chamado Esbórnia.
Algumas pessoas na sociedade e na internet esbornia enchem a boca para falar em combate à corrupção, em seriedade, ficha limpa, que falta isso, que falta aquilo, que isso não pode, que aquilo está errado, que é "a salvação da lavoura", que o nome de A, B ou C está nessa ou naquela lista, que não sei quem é irresponsável, ladrão, autoritário e tudo mais, mas não lembram que suas atuais escolhas nada têm de probas.
Lá, quando uma decisão é favorável "foi feita Justiça"; quando é contrária, é "perseguição". Se a pesquisa indica seu grupo à frente das intenções de voto "é reflexo da vontade do povo"; se o outro grupo está à frente na pesquisa, "é comprada". Se alguém diz que não concorda com Beltrano, é porque "ele é Fulano"; se não concorda com Fulano é porque "ele é Beltrano" e por aí vai, como se nada mais existisse na vida além de Fulano e Beltrano.
Todo mundo fala que tudo que vem do "lado contrário" da sociedade é ruim e alardeia que o que vem do seu grupo é o melhor para Esbórnia, um país onde todos se dizem elegíveis e que os demais estão inelegíveis!!!
Nesta nossa sociedade fictícia quase ninguém se lembra das escolhas, amizades, modus operandi e fracassos do passado não muito distante e todos jogam pedra nos telhados uns dos outros - embora todo mundo tenha telhado de vidro. Lá um monte de gente que vive ou vivia envolvida em negociatas, ainda assim tem coragem de esbravejar contra a roubalheira. Lá analfabetos andam em carros de luxo.
Na Esbórnia coisas como as citadas acima são praticadas por vários grupos, mas nenhum deles parece querer o melhor para o país e sim para suas próprias contas bancárias. Lá, como aqui no Brasil, existe um ditado muito antigo que afirma que "macaco só olha o rabo dos outros."
Viva a Sociedade Alternativa!
Replicado do blog marcelobessacabral.blogspot.com.br