(Foto: Antônio Scorza | Agência O Globo) |
Prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB) afirmou à Coluna que tentará se reeleger em 2020. Na entrevista, o alcaide também explicou seu critério para os cortes na Saúde e se disse decepcionado com o governador eleito, Wilson Witzel (PSC), que o criticou durante debate na televisão.
O DIA: No segundo turno da campanha ao Palácio Guanabara, o senhor manteve contato com alguma frequência com Wilson Witzel (PSC). No debate da TV Globo, porém, o então candidato disse que o senhor faz "um péssimo governo". Como avalia a declaração? Já esteve com ele após o pleito?
Não. Ainda não. Olha, na política a gente precisa superar essas coisas que são ditas na campanha, diante das câmeras, de um candidato que está começando agora e que conhece pouco da política. Queria deixar consignado que o governador eleito almoçou comigo, buscou o apoio do meu partido, esteve conosco. Não foi surpresa para nós, mas sim uma decepção.
O senhor será candidato a reeleição?
Sem dúvida. Vou, sim, ser candidato à reeleição se ainda não tiver cumprido a minha missão. Pelo cenário, acho que ainda tenho um tempo... Só vou deixar a cidade do Rio, diferentemente do Dória (PSDB) em São Paulo, no dia em que eu puder entregá-la muito melhor do que a encontrei.
Segundo levantamento do Datafolha, somente 16% dos cariocas aprovam a sua gestão. Isso pode atrapalhá-lo?
A minha avaliação na prefeitura pode não ser boa, mas é melhor do que as pesquisas do Datafolha mostram. O Datafolha disse que a eleição ao governo estava empatada. O Eduardo Paes (DEM) só cresceu de maneira fictícia no Datafolha. O povo chama de 'Datafalha'. Aliás, os institutos de pesquisa foram os grandes derrotados desta eleição.
Boa parcela da população está preocupada com as 1.400 demissões anunciadas pela prefeitura nas equipes de Saúde da Família. O que o senhor gostaria de dizer a essas pessoas?
Quero tranquilizar o povo do Rio de Janeiro. O Eduardo botou mais 298 equipes de Saúde da Família sem previsão orçamentária e sem disponibilidade financeira. Isso foi meramente eleitoral para empurrar o candidato dele em 2016. As pessoas me falavam: "Demita todo mundo." Não fiz isso. No pior momento da crise, estudei por um ano e meio se aquelas 298 equipes de saúde da família iriam fazer falta ou não.
Qual o critério adotado?
Verifiquei, com números, que essas clínicas não representaram nenhum avanço nos índices. Não diminuíram a mortalidade infantil, as mortes de mulheres na maternidade, os índices de vacinação, de dengue... E onde estava a maioria dessas equipes? Em áreas que não têm baixo IDH. Por exemplo, onde moro, no Península, na Barra, tem 100% de cobertura de Saúde da Família. E nunca recebi a visita de um agente, até porque não tem necessidade. Havia uma ociosidade tremenda. Esses recursos podem ser melhor aplicados em hospitais, clínicas e UPAs.
Fonte: O Dia