O ex-presidente da extinta Fundação Municipal Trianon, João Vicente Alvarenga, foi ouvido pelo Ministério Público Estadual (MPE) na terça-feira (24 de junho) para esclarecer sobre as denúncias feitas por ele, em abril deste ano, a atual administração da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL).
Segundo João Vicente, o promotor de justiça titular Leandro Manhães de Lima Barreto fez perguntas com base no que foi passado a ele pelo vereador Rafael Diniz e pelo PSOL.
“Ele pediu para que eu detalhasse item por item das denúncias que eu fiz. Ele também solicitou que eu explicasse, cronologicamente, a extinção da Fundação Trianon e da Secretaria Municipal de Cultura e o atual monopólio da Patrícia Cordeiro na FCJOL. Hoje, ela manipula o orçamento de R$ 50 milhões – estimando por baixo – através de pelo menos 10 órgãos que são administrados pela Fundação, como o Museu de Campos, o Arquivo Público, o Trianon, o Teatro de Bolso, o Cepop, etc”, informou João.
Ele disse ainda que o privilégio de algumas bandas de Campos tocarem pela Prefeitura com concessão da Patrícia também foi um dos pontos levantados por ele durante o depoimento.
“Eu disse ao promotor o que já havia dito antes: a Patrícia tem critérios pouco objetivos na hora de contratar uma banda para fazer shows no município. Falei também que o marido dela é membro das bandas que mais tocam no verão no Farol de São Tomé. A verdade é que se, por exemplo, eu montar uma banda de boa qualidade em Campos, as chances de tocar pela Prefeitura são praticamente nulas”, contou.
Sobre o estúdio de gravação de grande porte que teria sido montado com dinheiro público, João disse que recebeu informações de que ele estaria sendo desmontado às escuras. “Depois que denunciei a existência desse estúdio, que, além de ter sido construído com verba municipal, também estaria sendo utilizado para gravar propagandas políticas, fui informado que estão retirando gradativamente os equipamentos para desativá-lo antes que a justiça comprove a existência do mesmo”.
João Vicente também criticou a nova nomenclatura da Secretaria Municipal de Educação, agora Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esportes. Para ele, a secretária do órgão, Marinéa Abud, não tem condições de – e nem motivos para – administrar três itens em uma mesma secretaria.
“Esse modelo de gestão pedagógica é ultrapassado. Para se ter uma ideia, o Governo Federal, por exemplo, possui um Ministério para cuidar da Educação, outro para o Esporte e outro para a Cultura. Por que em Campos estamos dando esse passo para trás? Isso pode levar a suspeitas e, por isso, abri os olhos do promotor para que também sejam feitas investigações sobre a medida”, disse.
As declarações de João Vicente ao MPE faz parte de uma série de depoimentos que também vão acontecer com a presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL), Patrícia Cordeiro, na próxima sexta (27), o ex-presidente da FCJOL, Avelino Ferreira, ainda sem data divulgada, e o secretário de Governo da prefeita Rosinha Garotinho, Suledil Bernardino, previsto para ser ouvido no dia 2 de julho.
Fonte: Terceira Via