segunda-feira, 23 de junho de 2025

Pai de Juliana Marins embarca para a Indonésia, mas espaço aéreo fechado dificulta chegada


O drama da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, que caiu em uma trilha no Parque Nacional do Monte Rinjani, na Indonésia, mobiliza a família e autoridades diplomáticas brasileiras. O pai da jovem, Manoel Marins Filho, informou em rede social que está a caminho da Indonésia, mesmo enfrentando dificuldades com o fechamento do espaço aéreo em Doha, no Catar, por onde faria escala.

“Continuamos confiando em Deus e que Ele dará uma solução pra tudo, inclusive pra nossa viagem, porque preciso chegar lá para acompanhar o resgate, mas ainda não conseguimos porque o espaço aéreo foi fechado”, lamentou Manoel, que também agradeceu o apoio da embaixada brasileira em Jacarta e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva: “Obrigado a todos que estão se mobilizando […] e fazendo o que é possível”.


Juliana está desaparecida desde sexta-feira (20), após sofrer uma queda em uma área íngreme da trilha que levava ao cume do Monte Rinjani, na ilha de Lombok. Ela estava sozinha no momento do acidente, depois que o guia do grupo seguiu adiante com os demais integrantes. Segundo Mariana Marins, irmã da jovem, Juliana havia comunicado cansaço e decidiu descansar. “O guia só seguiu viagem para chegar até o cume. Juliana ficou desesperada porque ninguém mais voltou e caiu. Abandonaram Juliana”, afirmou Mariana em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo.

Dois alpinistas experientes se juntaram, nesta segunda-feira (23), à equipe de resgate que tenta localizar Juliana, em uma operação dificultada pelas más condições climáticas e pela geografia da região. O perfil @resgatejulianamarins, criado por familiares, tem centralizado as atualizações sobre a busca. A estimativa é de que a jovem esteja entre 500 e 600 metros abaixo do ponto onde desapareceu. Ainda segundo a família, a equipe avançou apenas 250 metros em um dia inteiro de operação e foi obrigada a recuar.

Isolada, sem água, comida e agasalhos

A demora nas ações gerou críticas diretas à condução do resgate pelas autoridades indonésias. “O parque segue com a sua atividade normalmente, turistas continuam fazendo a trilha, enquanto Juliana está precisando de socorro!”, escreveu o perfil administrado pela família. “Ela segue sem água, comida e agasalhos! Juliana vai passar mais uma noite sem resgate por negligência!”, denunciou.

Informações desencontradas entre as autoridades locais e a família intensificaram o clima de incerteza. A embaixada do Brasil em Jacarta e órgãos indonésios chegaram a divulgar que Juliana havia recebido suprimentos, o que foi desmentido por Mariana: “Recebemos com preocupação que não é verdadeira a informação de que levaram comida, água e agasalho. Até agora não conseguiram chegar até ela, pois as cordas não tinham tamanho suficiente”.

A irmã também contestou vídeos supostamente feitos durante a tentativa de resgate: “Todos os vídeos que foram feitos são mentiras, inclusive o do resgate chegando nela. O vídeo foi forjado para parecer isso”.

O Itamaraty, em nota oficial, informou que dois representantes da embaixada brasileira foram enviados à região no sábado (21) para acompanhar os esforços no local. Enquanto isso, a família segue mobilizada, tanto em território brasileiro quanto em solo internacional, na expectativa de um desfecho positivo.

Juliana fazia um mochilão pela Ásia desde fevereiro, com passagens por Filipinas, Vietnã e Tailândia, antes de chegar à Indonésia. Ela é natural de Niterói (RJ) e viajava sozinha.