A família de Juliana Marins, jovem que morreu ao cair em um penhasco durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, usou as redes sociais nesta quarta-feira (25) para pedir justiça. O resgate levou quatro dias, mas a brasileira não resistiu.
“Juliana sofreu uma grande negligência por parte da equipe de resgate. Se a equipe tivesse chegado até ela dentro do prazo estimado de 7h, Juliana ainda estaria viva. Juliana merecia muito mais! Agora, nós vamos atrás de justiça por ela, porque é o que ela merece!”, diz a postagem no perfil criado, inicialmente, para atualizar sobre o resgate quando a jovem ainda estava desaparecida.
A Prefeitura de Niterói, cidade natal de Juliana, decretou três dias de luto oficial pela morte. Por meio das redes sociais, o prefeito Rodrigo Neves também fez críticas.
“Desde as primeiras horas eu acompanhei esse caso, pedindo, cobrando uma ação rápida das autoridades locais que, infelizmente, não aconteceu, dada a absoluta precariedade dessa estrutura lá na Indonésia. Diferente do Brasil, que conta com um Corpo de Bombeiros profissional e bem treinado, vimos uma atuação voluntária, precária, que foi completamente insuficiente para fazer o resgate no momento certo. Que Deus conforte a família”, disse o prefeito Rodrigo Neves. Ele finalizou informando que será feita uma homenagem à Juliana na cidade.
Segundo a família, durante a trilha, ela havia ficado para trás após reclamar de cansaço. O guia que acompanhava o grupo negou ter abandonado Juliana e afirmou que estava a apenas três minutos do lugar onde ela descansava. Ao retornar, ouviu gritos de socorro e acionou o resgate.
Turistas que passavam pela trilha avistaram Juliana em uma área de difícil acesso e usaram um drone para registrar imagens. No vídeo, ela ainda se movia. Apesar disso, as buscas foram suspensas naquele dia devido às más condições climáticas. Esses são os últimos registros dela com vida.
A operação mobilizou seis equipes de resgate e enfrentou neblina intensa, terreno instável e variações bruscas de temperatura. Dois alpinistas experientes se voluntariaram para ajudar.
Juliana foi encontrada sem vida nesta terça-feira (24), por socorristas que conseguiram descer pela encosta da região conhecida como Cemara Nunggal, entre 2.600 e 3.000 metros de altitude.