(Foto: Ralph Braz | Pense Diferente) |
O isolacionismo é uma seita materialista, o que é a tradução exata de uma ideologia. Ideologia é uma apreensão de ideias fixas que moldam uma realidade fictícia e falseada, sem complexidades. A ideologia isolacionista é uma seita sem deus, sem um principio de transcendência; uma ideologia que confina a cabeça de seu sectário em uma ideia única, obsessiva e errada: a de que trancar pessoas por tempo indeterminado salva vidas. Não interessa aos fanáticos dizer que pessoas trancadas em casa significa menos empregos, menos trabalho, menos comida, menos saúde mental, mais agressões domésticas, menos educação, mais miséria, mais fome e, sobretudo, mais mortes causadas pela soma de todos estes problemas. O sectário fanático vai continuar zurrando como uma besta que quem não se isola é assassino genocida. Para os sectários isolacionistas, o inimigo a ser combatido é o sujeito que tem uma visão holística da realidade. O isolacionista é filho direto do cientificismo e espelha seu autoritarismo: um médico pode receitar oito horas de sono, uma alimentação saudável, não fumar, não beber. Recomendar, não obrigar. O isolacionista te obriga a se isolar. Como um médico que te obrigasse a não beber e não fumar e não comer gordura porque sua saúde prejudicada poderia prejudicar o sistema de saúde e arcar com custos para o Estado e o dinheiro do contribuinte. Como um médico ensandecido que te proibisse de usufruir a vida em nome do coletivo, o isolacionista te proíbe de viver em nome de uma sobrevivência asséptica, sem cor, sem gente, sem vida, sem nada.
O isolacionismo é filho direito do globalismo. Um princípio moral de saúde pública que, em nome de um controle social, esmaga sua liberdade em nome de um falso bem-estar coletivo. Bem-estar que jamais chega. Pior: o isolacionismo nega o próprio bem estar. Aposta no desespero eterno. Com medo e desespero, sem entender que a vida tem um contingente de risco, aposta no pavor permanente do medo da morte. Qualquer palavra em contrário é considerada insensível. E para os ouvidos ultrassensíveis do politicamente correto, que escamoteia verdades em nome de uma fragilidade do ofendido profissional, o isolacionismo é o novo cala boca da liberdade de expressão. Não por acaso, as redes sociais, uma boa parte de políticos e a grande mídia tentam escolher a dedo todos os especialistas que endossam o isolacionismo. Pensamento dissonante e holístico é massacrado e censurado. Angela Merkel escolheu especialistas isolacionistas para referendar suas práticas que não deram certo. O governante isolacionista aposta na anticiência: em vez de pesquisas, as provas cabais sem estudo. Quando pesquisas reais mostram que 85% de confinados em Nova York foram contaminados ou que os países que mais se isolaram no mundo, como Argentina, Bélgica, Inglaterra, foram os piores em números de infectados e mortos, eles se calam. E calam quem tenta alertar para a verdade. Quando comprovam que 70% de mortos na Suécia, país que não se isolou ano passado, se encontravam em asilos, confinados, os isolacionistas silenciam.
O isolacionista infunde falsa pesquisa com desespero. Os vírus estão todos do lado de fora, berram. Não vivam. Não saiam. Sobrevivam quietos debaixo da ordem dos tiranos. O isolacionismo é um bálsamo para tiranos e maus gestores. Um péssimo gestor arruína a vida de uma pessoa, impedindo-a de trabalhar, e depois a faz agradecê-lo por ter falsamente salvado sua vida. Maus gestores isolacionistas são reeleitos por espectadores com cérebro massacrado pela tese mentirosa, repetida mil vezes, do isolacionismo. É um mal que ataca, sobretudo, a arte, a forma lúdica de se pensar. Espetáculos, shows, teatros, cinemas desaparecem sob o império do medo covarde da seita. É proibida e vista como imoral qualquer tipo de diversão, sobretudo a que o faça pensar. Relações humanas são paralisadas. O toque vira um pecado mortal. Uma nova cepa, uma nova pessoa gripada, uma nova mutação, a ameaça de uma nova mutação, tudo faz com que o tirano isolacionista mate todo tipo de liberdade possível, tanto mais a liberdade de construção lógica de pensamento, por meio do encontro com outras pessoas, de encontro com a arte, de encontro com algo fora da caverna isolacionista.
Fonte: Jovem Pan