terça-feira, 30 de março de 2021

Prefeitura de Petrópolis decreta lockdown de sete dias


A Prefeitura de Petrópolis decretou nesta segunda-feira (29) lockdown de sete dias para tentar conter os casos de covid-19 na cidade. O Decreto Municipal, que seria publicado ainda ontem, proíbe, a partir desta terça-feira (30), a entrada de turistas e visitantes e restringe ainda mais as atividades no município, na tentativa de reduzir a circulação de pessoas e desacelerar a taxa de contágio da doença. A ação visa preservar vidas, garantindo, ao mesmo tempo, o funcionamento da rede de saúde, que está chegando ao limite de sua capacidade.

No decreto, válido até 5 de abril, o governo municipal suspende o atendimento presencial em bares, lanchonetes, restaurantes e similares, autorizando apenas os serviços de delivery e take away. Cinemas, clubes sociais e esportivos e serviços de lazer também estão proibidos, assim como casas de festas, boates, pistas de dança, museus e pontos turísticos públicos ou privados. O texto também proíbe o funcionamento de áreas de recreação infantil, assim como espaços de lazer de meios de hospedagem e condomínios.

O comércio também vai permanecer fechado, com exceção de supermercados, laticínios, açougue, peixaria, comércio de gêneros alimentícios e bebidas, hortifrutigranjeiro, quitanda, padaria, confeitaria, loja de conveniência, mercearia, mercado e armazém entre outros. Nos pontos de venda de alimentos autorizados a abrir, no entanto, não poderá haver consumo no local. Também estão excluídas da proibição atividades consideradas essenciais.

“A suspensão das atividades é uma medida pesada, mas necessária neste momento. A rede de saúde da cidade, tanto pública quanto privada, está no limite da sua capacidade. Não temos mais como esperar”, frisou o prefeito interino Hingo Hammes, que se reuniu, durante a tarde, com representantes de hospitais privados, profissionais de saúde da rede municipal e empresários de diferentes setores. “O momento exige união de forças”, pediu.

O secretário municipal de Saúde, Aloisio Barbosa da Silva Filho, lembrou que, para conter o avanço da doença, é preciso reduzir a circulação de pessoas. “Pedimos que as pessoas só saiam de casa se for extremamente necessário. E quem sair não pode esquecer o uso da máscara é indispensável. As pessoas devem manter o distanciamento social e evitar de todas as formas as aglomerações”, frisou.

Especialistas e diretores de hospitais fazem apelo

O infectologista José Henrique Castrioto de Cunto ressaltou a importância de as pessoas atenderem os apelos do governo municipal. “Se as pessoas não ajudarem, a rede de saúde não vai suportar. As pessoas que precisarem de atendimento não vão encontrar nem na rede pública nem na rede privada. Não é hora de sair com os amigos. Não é hora de promover nem participar de festas. As pessoas precisam ficar em casa”, pediu.

Representando o Hospital Santa Teresa, Leonardo Menezes frisou a importância da união de forças da sociedade para que a cidade consiga superar este momento difícil. “É hora de pararmos. Precisamos de um freio. A situação está se agravando. Hoje, ter leitos não significa que vamos salvar vidas”, lamentou.

Diretor-presidente da Unimed Petrópolis, Rafael Gomes de Castro deixou a reunião durante a tarde com uma palavra em mente esperança. “Ver os diferentes setores da sociedade civil juntos, discutindo com o governo municipal medidas que garantam a preservação de vidas e pensando também na situação econômica, é, sim um sinal de esperança”, afirmou.

Diretor executivo do Hospital SMH – Beneficência Portuguesa, Fernando Baena lembrou que este é o pior momento da pandemia. “Os hospitais estão com a capacidade esgotada. Não temos mais como esperar”.

São consideradas atividades "essenciais":
  • Unidades de saúde
  • Segurança pública
  • Assistência social
  • Serviço funerário
  • Limpeza e manutenção viária
  • Defesa Civil
  • Comdep
  • CPTrans
  • Clínicas e consultórios médicos e odontológicos
  • Laboratórios e unidades farmacêuticas
  • Clínicas veterinárias
  • Postos de combustíveis e suas lojas de conveniências
  • Comércio de produtos farmacêuticos
  • Comércio da Construção Civil, ferragens, madeireiras, serralheiras, pinturas e afins
  • Comércio atacadista
  • Atividades industriais
  • Serviços Industriais de Utilidade Pública
  • Unidades bancárias
  • Lotéricas
  • Centrais de abastecimento atacadista e hortifrutigranjeiro
  • Serviços de radiodifusão e filmagem, especialmente aqueles destinados ao trabalho da imprensa e transmissão informativa
  • Atividades de comercialização de panificados e de produção gráfica.