(Foto: Ralph Braz | Pense Diferente) |
Um grupo de pessoas que se posiciona contra as medidas de restrição estabelecidas com o retorno à fase laranja foi para a frente da sede da Prefeitura de Campos, no final da manhã desta segunda-feira (22). Eles pedem ao governo municipal a chance de diálogo.
De acordo com líderes do protesto, eles desejam “entender coisas que estão muito mal esclarecidas”, que levaram ao recuo das fases de liberação. Entre os manifestantes estavam empresários, donos de lojas, motoristas de aplicativos e simpatizantes bolsonaristas, todos negando a eficiência do lockdown como medida de contenção à Covid 19 e prometendo retornar à Prefeitura na manhã esta terça-feira (23).
Com muitos protestantes sem máscaras ou com elas no queixo, como o próprio coordenador, o pastor Anderson Marcos André Soares Monteiro, 48 anos, os manifestantes diziam protestar contra o que está acontecendo, mas sem pautas definidas.
— A gente sabe que há uma cortina de fumaça ao redor de toda a situação que estamos vivendo. Infelizmente, os dias são difíceis e chegamos nessa situação de lockdown. As pessoas que na última quinta-feira estiveram aqui (na última reunião do gabinete de crise), supostamente representando a sociedade civil organizada, não nos representam em nada. Eles foram coniventes com o Ministério Público e passaram esse lockdown, que prejudica toda a sociedade. Isso me parece que é muito mais político do que uma preocupação de saúde — comentou o pastor.
De acordo com o coordenador do protesto, que já antecipou mais um para a manhã desta terça-feira, eles pedem ao prefeito e ao secretário de Saúde a possibilidade de dialogar. “Não queremos anarquia ou brigar com o prefeito, somos pessoas pacíficas”.
Eles reconheceram a falta de participação e adesão ao protesto, que contou com aproximadamente 30 manifestantes. O motorista de aplicativo Luís Carlos Ribeiro Rangel, de 36 anos, justificou que “as pessoas estão com medo de ir para a rua, estão com medo de represálias e não foram informadas, por conta dos problemas de sinal de internet enfrentados ao longo desta manhã”. Independentemente disso, ele concluiu: “Temos que ter respostas, essa é a nossa necessidade e reinvindicação”.
— Estamos exercendo os direitos de empresários, comerciantes e trabalhadores liberais, de protestar para não sermos impedidos de trabalhar. Eu poderia me omitir, pois sou pastor de igreja, e já fui beneficiado e minha atividade reconhecida como essencial, por isso não precisaria nem estar aqui, mas estou agindo em prol de uma sociedade que clama, que está perecendo e tendo embates emocionais.
Queremos diálogo e conversa — finalizou a principal voz do protesto, o pastor Anderson Marcos.
fonte: Folha da Manhã