Petrópolis é uma cidade com rica cultura e história que pode ser observada por todos os lados, principalmente em seus prédios com arquitetura única. Alguns detalhes, porém, podem passar despercebidos, como as tampas de esgoto na Praça da Inconfidência, que trazem figuras do Museu Imperial, Coroa do Império e do Palácio de Cristal. É com essas curiosidades e com o desejo de resgatar e valorizar a memória da cidade que o projeto Petrópolis Sob Lentes, idealizado pela jornalista Carolina Freitas, funciona.
No mês passado, a iniciativa firmou uma parceria com o projeto da UERJ “Olhos de Ver”, que se propõe a desenvolver materiais para a educação digital inclusiva sobre a história, a arquitetura e o patrimônio de Petrópolis. “Demos início às postagens agora em maio e o resultado não poderia ter sido melhor. A partir das postagens temos formado e engajado uma comunidade composta por moradores, futuros arquitetos e urbanistas, entusiastas da história do município e pessoas cuja memória se entrelaça com a da cidade em diversos aspectos”, contou a jornalista.
Convite
Em fevereiro, a profissional havia sido convidada pelo Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UERJ para conversar com alguns alunos do sexto período da graduação. “Neste semestre eles vinham estudando a Paulo Barbosa e, como um dos professores estava familiarizado com o meu trabalho, me convidou a participar dessa troca”, comentou.
Com base em uma série de curtas-metragens desenvolvidos junto ao comércio tradicional da cidade, os encontros debateram os impactos sociais, culturais e econômicos que um local pode exercer em uma cidade e em seus moradores “Dividi com eles empreendimentos comerciais que funcionaram naquele trecho no passado e, através de comparativos fotográficos destes mesmos locais, evidenciamos, juntos, as transformações arquitetônicas e urbanísticas vividas na região. A aula foi elogiada pelos alunos e professores envolvidos e, algumas semanas depois, fui convidada a participar de um projeto de lives da UERJ no YouTube”, relatou a jornalista que, após as lives, recebeu o convite para a parceria entre os projetos.
Processo de descobertas
Até o momento, os projetos já revisitaram as instalações do antigo Cinema Petrópolis, resgataram a história da Igreja do Rosário e a recém-concluída pintura do altar do tempo, abordaram as intrigantes peças que simulam tampas de esgoto com desenhos na Praça da Inconfidência e divulgaram uma prévia do processo de restauro da Sala do Café do Palácio Rio Negro. “A partir da parceria pretendemos abordar diferentes capítulos da história local tendo como base um formato interativo e dinâmico, o que tem funcionado muito bem”, disse Carolina.
Junto ao Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UERJ, a profissional seleciona os temas que serão abordados naquele mês e, com o suporte deles, realiza as pesquisas, filmagens, narração e edição dos vídeos. “É um processo muito satisfatório e de muitas descobertas”.
Reação do público
Nas seis primeiras postagens da parceria, já foram acumuladas mais de 28 mil visualizações. “É uma alegria enorme ser reconhecida pelo trabalho que eu desenvolvo com tanto afinco para preservar a memória da cidade. A partir das postagens recebemos comentários de veranistas que ajudaram a escrever a história local e de moradores que, a partir do conteúdo dividido, voltam a acessar lembranças até então adormecidas”, compartilhou.
Onde encontrar o projeto
As publicações podem ser acompanhadas no perfil do Instagram@petropolisoblentes e também no @patrimonio.uerj. “A parceria tem nos permitido criar um ambiente de acolhimento e, ao mesmo tempo, de estímulo à preservação do patrimônio: seja ele material ou não”, finalizou Carolina.
Fonte: Diário de Petrópolis
