segunda-feira, 8 de julho de 2013

POLÍCIA INVESTIGA VENDA DE SEPULTURAS POR FUNCIONÁRIOS DA SANTA CASA

(Foto: Domingos Peixoto/ O Globo)

A Delegacia Fazendária do Rio abriu inquérito para investigar a construção e venda irregular de jazigos e crime de sonegação fiscal envolvendo funcionários da administração de três cemitérios públicos do Rio. Eles vão responder por crimes contra a administração pública. Agentes da Delegacia de Defraudações e peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) percorrem, nesta segunda-feira, os cemitérios São João Batista, em Botafogo; e São Francisco Xavier, no Caju, para apurar as denúncias feitas no programa Fantástico, da TV Globo, no domingo. Em Botafogo, foi periciado um jazigo irregularmente construído no cemitério São João Batista. Pelo menos três funcionários foram intimados a depor a nesta terça-feira. As equipes vão vistoriar ainda os cemitérios da Cacuia, na Ilha do Governador; e São Francisco Xavier, no Caju.


Os funcionários da Santa Casa da Misericórdia são acusado de vender sepulturas piratas, abertas e construídas sem autorização da prefeitura. A reportagem do Fantástico também denuncia sonegação fiscal, falsificação de documentos, ocupação de outros túmulos supostamente abandonados e até mesmo a construção de novos jazigos em áreas inadequadas, como nos locais de circulação. No São João Batista, em Botafogo, uma sepultura foi feita na calçada, entre dois túmulos, impedindo a passagem. Para não chamar a atenção, os novos jazigos são construídos à noite.

Ávidos por vender túmulos, os funcionários cobram mais caro pela localização. As áreas mais próximas à entrada ou às capelas são chamadas de “VIPs”. O preço atinge exorbitantes R$ 310 mil. Há duas semanas, O GLOBO já havia mostrado que o custo da última morada está pela hora da morte. O preço de um jazigo perpétuo pode chegar a R$ 450 mil no cemitério da Zona Sul.



Fonte: O Globo