sábado, 8 de fevereiro de 2025

Argentinos lotam lojas da Havan em Santa Catarina e vendas disparam

 
O varejo do litoral de Santa Catarina vive um verão aquecido – e não é só pelo clima. A Havan registrou um fluxo intenso de clientes argentinos em suas lojas da região, além de unidades em Capão da Canoa, no Rio Grande do Sul, e em Foz do Iguaçu, no Paraná.

Desde o fim de dezembro, cerca de 90% dos clientes das lojas Havan nessas localidades vêm da Argentina. A alta procura se concentra em categorias como cama, mesa e banho, moda e eletrodomésticos. Com a diferença cambial favorável, os visitantes cruzam a fronteira para encher os carrinhos com produtos mais baratos que no país de origem.

O impacto nas vendas foi imediato. Em Florianópolis, a unidade do Norte da Ilha atingiu 140% da meta de janeiro.




“Os argentinos vêm para comprar em quantidade e saem com os carrinhos cheios”, afirma Juliana Olimpio da Silva, gerente da loja. “Agora em fevereiro, estamos no dia 7 e já chegamos a 40% da meta do mês.”

O cenário se repete em outras unidades, como a de Porto Belo (SC). “Fizemos um janeiro surpreendente. Ano passado já foi bom, mas nada comparado a este”, diz a gerente Franciele Lurdes Lunardi. O movimento começa cedo e segue intenso até o fechamento. “Em alguns dias, parecia inauguração: loja cheia e caixas lotados, principalmente quando chove e os turistas trocam a praia pelas compras.”


Oportunidade para o varejo brasileiro

O fluxo de argentinos para compras no Brasil não é novidade, mas a intensidade deste verão chama atenção.

Nos últimos meses, o peso argentino ganhou valor em relação ao real, o que gerou a condição mais favorável aos argentinos nos últimos 26 anos. Isso inverte a lógica do turismo que ocorria até o início de 2024, quando era mais favorável que os brasileiros visitassem o país vizinho.


Fenômeno semelhante acontece nas lojas da rede de artigos esportivos Decathlon, onde as lojas amanhecem cheias e terminam o dia praticamente vazias. Esta situação colocou a unidade como a primeira do mundo em faturamento, mesmo a rede varejista operando em 76 países, com mais de 1.700 lojas.

A expectativa é que o movimento continue forte até março, quando os turistas retornam para casa. Para o varejo nacional, a alta procura reforça o potencial do turismo de compras, uma tendência que pode se intensificar nos próximos anos, dependendo do cenário econômico da região.