quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

Petrobras tem prejuízo de R$ 17 bilhões e lucro encolhe 70%


A Petrobras anotou um prejuízo líquido atribuído aos acionistas de R$ 17,04 bilhões no quarto trimestre de 2024 (4T24), com efeitos de ‘eventos exclusivos’. Em igual etapa do ano anterior a estatal havia anotado lucro de R$ 31 bilhões, e no terceiro trimestre de 2024 o lucro foi de R$ 32,5 bilhões.

A expectativa do consenso Bloomberg para o resultado da Petrobras era de lucro de R$ 17,3 bilhões.

“A variação do lucro que reportamos se deve, fundamentalmente, a uma questão de natureza contábil que não afeta nosso caixa: a variação cambial das dívidas entre a Petrobras e suas subsidiárias no exterior . O resultado do ano também foi impactado pelos efeitos, no segundo trimestre, da transação tributária que encerrou disputas judiciais de R$ 45 bilhões”, explica a estatal sobre os efeitos.

“Esta transação tributária, destaco, tem repercussão amplamente positiva para a Petrobras sob as perspectivas de mitigação de riscos e de desembolsos de caixa. Expurgando os eventos exclusivos, o lucro líquido do ano seria de US$ 19,4 bilhões (R$ 103 bilhões) e o EBITDA, US$ 45,9 bilhões (R$ 245,8 bilhões)”, completa.



A Petrobras no 4T24 anotou um Ebitda ajustado de R$ 40,9 bilhões, representando queda de 38% na base anual. Esse indicador ficou abaixo das expectativas do consenso Bloomberg, que mirava R$ 62 bilhões de Ebitda.

Já a receita líquida da petroleira foi de R$ 121,2 bilhões, representando queda de 9% ante igual etapa de 2023. Essa linha do balanço da Petrobras também frustrou expectativas do consenso, que projetava R$ 126 bilhões.

O resultado da Petrobras ainda mostrou um Retorno sobre o Capital Empregado (ROCE) de 7,2% no último trimestre de 2024. O indicador recuou 4 pontos percentuais (p.p.) ante igual etapa do ano anterior e 2p.p. ante o trimestre imediatamente anterior.

Lucro em 2024 teve queda de 70%

No acumulado de 2024, a empresa somou lucro líquido de R$ 36,6 bilhões (US$ 7,5 bilhões). O resultado representa uma queda de 70,6% frente ao ano de 2023, quando a companhia registrou o segundo melhor lucro de sua história em 2023, com R$ 124,6 bilhões.

A dívida financeira atingiu cerca de US$ 23,2 bilhões no final do ano, menor nível desde 2008.

Além disso, foram investidos R$ 91 bilhões (US$ 16,6 bilhões) em projetos de vários segmentos de atuação da companhia e pagos R$ 270 bilhões em tributos aos cofres públicos.

No acumulado do ano, a estatal pagou R$ 102,6 bilhões em dividendos. Desse montante total, R$ 37,9 bilhões correspondem à parcela do governo brasileiro (União + BNDES).