(Foto: Ralph Braz) |
Além do aumento da conta de luz referente às bandeiras tarifárias, as distribuidoras de energia também passarão pelo reajuste anual; aumento esse que deve pesar bastante no bolso do consumidor. A concessionária Ampla, que atende 66 municípios do Estado do Rio de Janeiro — inclusive Campos dos Goytacazes —, teria pedido à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) um reajuste de 56,05% que deve começar a valer a partir do dia 15 de março. A assessoria de imprensa da Ampla não confirmou a porcentagem, mas disse que o reajuste “refletirá, principalmente, o aumento dos custos com a compra de energia dos geradores, em função da situação hidrológica desfavorável do país”. O reajuste deve ser discutido e acertado pela Aneel na próxima terça-feira (10).
Em nota, a Ampla informou ainda que “as tarifas de energia também serão impactadas pelo aumento das despesas com a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que passaram a ser cobradas integralmente na tarifa de todos os consumidores”. De acordo com a concessionária, esse será o único reajuste deste ano.
Na última segunda-feira (2), os consumidores de 58 concessionárias já puderam sentir a diferença na conta de luz. A Aneel aprovou a revisão tarifária extraordinária das distribuidoras de outros estados e da capital do Rio de Janeiro no dia 27 de fevereiro, mas a Ampla ficou de fora porque o processo tarifário da concessionária acontece somente no dia 15 de março, data de aniversário da concessão.
A revisão extraordinária permite que a Aneel faça o reajuste nas tarifas para “manter o equilíbrio econômico e financeiro do contrato quando forem registradas alterações significativas nos custos da distribuidora”, segundo a Agência.
Bandeiras Tarifárias
Mesmo que o reajuste anual ainda não tenha chegado às contas de luz dos campistas, muitos já perceberam um aumento na cobrança. Isso aconteceu devido aos novos valores das bandeiras tarifárias que passaram a contar uma quantia extra na conta de acordo com o custo da geração de energia.
As bandeiras estão em vigor desde janeiro deste ano e especificadas com cores, que foram utilizadas “para facilitar o entendimento do consumidor” e “indicar se a energia custará mais ou menos em função das condições de geração de energia”.
A bandeira Verde indica que as condições de geração de energia estão favoráveis e, portanto, a tarifa não sofrerá acréscimo. Já a bandeira amarela significa que as condições de geração de energia estão menos favoráveis e a tarifa receberá uma cobrança adicional de R$ 2,50 (sem impostos) para cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos. Por fim, a bandeira vermelha sugere que a geração de energia está mais custosa e a tarifa terá um aumento de R$ 5,50 (sem impostos) para cada 100 kWh consumidos.
Esses valores foram reajustados em fevereiro. Antes, a bandeira amarela significava R$ 1,50 a mais na conta a cada 100 kWh, e a bandeira vermelha mais R$ 3 para cada 100 kWh.
Para a Aneel, “as bandeiras tarifárias são uma forma diferente de apresentar um custo que já está na conta, mas geralmente passa despercebido. Elas informam o custo mensal de geração da energia elétrica, dando ao consumidor a oportunidade de ajustar seu consumo ao seu preço real da energia”. As distribuidoras de energia divulgam a cor da bandeira que está valendo na conta mensal de energia. A bandeira do mês de março é vermelha.
A agência explicou ainda que “a energia elétrica no Brasil é gerada predominantemente por usinas hidrelétricas que, para funcionar, dependem das chuvas e do nível de água nos reservatórios”. Segundo a Aneel, “quando há pouca água armazenada, usinas termelétricas podem ser ligadas com a finalidade de poupar água nos reservatórios das usinas hidrelétricas, mas essas usinas termelétricas são movidas a combustíveis como gás natural, carvão, óleo combustível e diesel” que custam mais caro.
Fonte: Terceira Via