(Foto: Ralph Braz) |
Em meio ao caos da saúde municipal, de denúncias de cidadãos, familiares de uma mulher de 36 anos que na tarde de ontem encontrava-se internada em “estado gravíssimo” no Hospital Geral de Guarus (HGG) estavam desesperados, pois a paciente precisava de uma vaga em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas não estaria conseguindo. A família recorreu à Justiça. A Prefeitura de Campos, através de nota, informou que a paciente está recebendo todos os cuidados necessários para reverter o quadro.
Segundo a prima da paciente, Heloísa do Espírito Santo, de 26 anos, a mulher entrou no hospital na tarde da última sexta-feira, após passar mal em casa. “Ela está em uma sala de mal súbito porque não tem vaga na UTI. Ela usa válvula mitral. Precisa com urgência, mas não tem vaga”, contou ao acrescentar que quanto mais o tempo passa, mais aumenta a preocupação da família. “Uma hora ou outra a gente pode receber uma má notícia”, desabafou.
Emocionada, Ana Beatriz do Espírito Santo, de 29 anos, irmã da paciente, aguardava uma solução. “Infelizmente, ela não está bem”.
Segundo a declaração do médico do HGG, apresentado pela família, na manhã de ontem a paciente encontrava-se internada na emergência “em estado gravíssimo, com risco iminente de óbito, necessitando com extrema urgência de internação em UTI com suporte de cirurgia cardíaca”, acrescentando que o diagnóstico inicial seria “choque cardiogênico”.
Ontem a família foi à Defensoria Pública pedir ajuda. Ainda na tarde de ontem, o juiz de plantão Paulo Maurício Simão Filho concedeu uma decisão informando que “o Estado do Rio de Janeiro e o município de Campos dos Goytacazes procedam à imediata internação da autora em unidade de terapia intensiva apta ao tratamento de choque cardiogênico, sob pena de multa diária no valor de R$ 5.000,00”.
Em nota, o diretor do HGG, Wilson Cabral, informou que todos os procedimentos foram adotados e que a paciente encontra-se na unidade de pacientes graves. “Também estão sendo tomadas todas as medidas para garantir a vaga na UTI”, dizia a nota.
Já a Secretaria Estadual de Saúde informou que ainda não havia recebido pedido de leito de UTI ou mandado judicial em nome da paciente e acrescentou que, tão logo o pedido cheguasse, daria início ao processo de captação da vaga.
No noite de ontem, somente após determinação judicial, a paciente foi transferida para a UTI do hospital Santa Casa de Misericórdia de Campos.
Fonte: Folha da Manhã