terça-feira, 6 de maio de 2025

Pronto-socorro pediátrico do Hospital Plantadores de Cana (HPC) será fechado

Foto: Ralph Braz | Pense Diferente

O pronto-socorro pediátrico do Hospital Plantadores de Cana (HPC), em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, será fechado. A medida será tomada devido à falta de pagamento aos profissionais de saúde, que relatam estar com salários atrasados.

Segundo informações internas de funcionários, o Hospital Plantadores de Cana , está demitindo os contratados,  alegando que o pronto-socorro pediátrico do Hospital , será fechado por falta de dinheiro .



Hospitais de Campos apontam dívidas de R$100 milhões por atrasos nos repasses


O Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde e Estabelecimentos de Serviço de Saúde da Região Norte Fluminense (SINDHNORTE) alegou que existe uma dívida atual com os hospitais contratualizados que chega a R$100 milhões de reais. A dívida seria por causa dos atrasos nos repasses orçamentários por parte da Prefeitura de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense.

O passivo é acumulado desde o ano de 2016. A Prefeitura de Campos, por sua vez, informou que foram destinados mais de $1 bilhão para a saúde e que não há documentos que comprovem a dívida de $100 milhões.

Segundo o SindhNorte, nesta semana o sindicato se reuniu com diretores dos hospitais da cidade para discutir os impactos financeiros que tem comprometido a capacidade dos atendimentos nas unidades de saúde. O encontro contou com a presença dos diretores do Hospital Escola Álvaro Alvim, Beneficência Portuguesa, Plantadores de Cana e Santa Casa de Misericórdia. As quatro unidades contratualizadas da cidade respondem por aproximadamente 80% dos atendimentos no Sistema Único de Saúde (SUS).

Ainda segundo o Sindicato, a reunião ocorreu em resposta a declaração do Sindicato dos Médicos de Campos que atribuíram aos hospitais a responsabilidade pela falha na transferência de recursos do SUS aos profissionais de Saúde. “No entanto, as instituições hospitalares enfrentam uma crise financeira prolongada, o que tem levado as unidades a subsidiarem, de forma involuntária, o sistema público de Saúde, sem o devido repasse das verbas por parte da prefeitura”, disse o SindhNorte.

Serviços especializados, como cirurgia ortopédica, cardiologia, pediatria e o combate à dengue, já estão sendo impactados pela escassez de recursos. O sindicato também destacou que a tabela de aporte municipal, que complementa os valores pagos pelo SUS, encontra-se congelada desde 2017, o que tem ampliado as dificuldades financeiras das instituições.

Por meio de nota, o Sindicato dos Médicos de Campos informou que a comunicação está difícil, mas que continua em conversas para que o problema seja resolvido de forma rápida.

“O Sindicato está buscando informações com ambos os lados. O que nós queremos é que a situação de pagamento dos médicos se resolva. Cada lado fala uma coisa: a prefeitura diz que repassou e os hospitais dizem que não receberam e que estão com uma dívida de 100 milhões. Estamos tentando um diálogo, mas está difícil. Continuamos em conversas para que o problema seja sanado da forma mais rápida para que a população já tão castigada não venha sofrer mais e que os médicos recebam pelo trabalho realizado”, informou a nota.