sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Depois de anos sofrendo com alagamentos e falta de limpeza dos rios, Praça de Corrêas ganha estudos iniciais para a revitalização


Há anos Corrêas sofre com os alagamentos nos períodos de chuva em Petrópolis, situação que se intensificou com as intervenções antrópicas sofridas, tais como alteração de suas margens e meandros, ajuste de seu assoalho e acumulação de resíduos que dificultam o funcionamento das infraestruturas cinzas. 

Com o intuito de conseguir o melhor resultado para o local, foi feito pela equipe do curso de Arquitetura e Urbanismo da Estácio Petrópolis com orientação dos professores Paulo Igreja e Luiz Felipe Caldeira, responsáveis pelo Rizoma – agência experimental do curso no campus – um diagnóstico para entender o impacto ambiental que a praça recebe, visto que ela se encontra em uma região de várzea, encontro dos rios Piabanha e Bonfim, recebendo um volume considerável nas épocas de cheia. 

As discussões vêm sendo lideradas pelo presidente da Associação de Moradores – Sérgio Mattos, pelo representante da Rizoma, professor Luiz Felipe Dutra Caldeira e pelo representante do Corrêas Sustentável – o engenheiro Luiz Eduardo Basílio.

O professor Luiz Felipe Dutra Caldeira disse que, antes de fazer qualquer proposta, foi feito um levantamento para entender como funciona a praça, a fim de que a comunidade e os representantes da Associação de Moradores e do Corrêas Sustentável entendam qual é a função natural daquele espaço livre.

“Em um cenário maior, o Escritório Modelo está agindo junto a Prefeitura para pensar em Soluções Baseadas na Natureza, associando às soluções existentes na cidade com o objetivo de amenizar os impactos negativos causados por esses fenômenos naturais intensificados com a alteração descontrolada do ambiente natural”, diz o professor Luiz Dutra. 

O primeiro estudo de impacto ambiental foi apresentado para os representantes no mês de outubro. Na ocasião, foi debatido a conscientização feita pela Estácio aos próprios representantes a respeito da função da praça. “A partir disso, a gente seguiu para fazer uma proposta, um estudo de alguma modificação da praça e que surgiram, na verdade, duas opções. Uma opção é mais viável e a outra é uma opção mais drástica, mas que deve resolver melhor a questão do trânsito ali”, conta. “Ainda será necessária uma avaliação multidisciplinar para se chegar a uma conclusão mais acertada”, completa.

O professor ressalta que essas propostas iniciais ainda não foram desenvolvidas porque antes de dar seguimento a elas, é necessário que a comunidade, não apenas os representantes, tenham conhecimento do que está sendo feito.

“Então para isso, a gente vai precisar ir para campo, fazer entrevista com a população em geral, ter uma amostragem da opinião pública, e a partir disso é que será desenvolvido uma dessas duas propostas”, afirma Luiz Dutra. Para o projeto em si, a Associação de Moradores de Corrêas irá precisar contratar uma equipe multidisciplinar para executar o trabalho e entregar a prefeitura ou a própria prefeitura vai encomendar o projeto.

O escritório modelo Rizoma foi criado em maio de 2015 no curso de Arquitetura e Urbanismo da Estácio Petrópolis. O coordenador do projeto é o professor Dr. Paulo Antonio Pereira Igreja, e o arquiteto e professor, MSc. Luiz Dutra, que atua como orientador de projetos. Atualmente, a Estácio credencia o escritório modelo como agência experimental. Dessa forma, o Rizoma reúne os laboratórios e os projetos de pesquisa do curso de Arquitetura e Urbanismo. O Rizoma já recebeu dois prêmios no Concurso ATHIS EMAUs realizado pelo CAU/RJ visando o evento da UIA 2020. Para compor a equipe, a cada semestre, cinco novos membros são selecionados. Atualmente, a equipe conta com mais de 50 colaboradores entre alunos, professores e arquitetos.