sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Defensoria vai representar protetores em processo judicial sobre construção de abrigo temporário para animais em Petrópolis


(Foto:. Pixabay)

A Defensoria Pública está apta a participar das discussões judiciais sobre a possibilidade de construção de um abrigo público temporário para animais em Petrópolis. A autorização foi concedida em decisão assinada pelo titular da 4ª Vara Cível de Petrópolis, juiz Jorge Luiz Martins Alves, em resposta a uma demanda apresentada pelo defensor público Leonardo Meriguetti. A possibilidade de construção de um abrigo para animais está sendo discutida em uma ação civil pública proposta pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e gera polêmica entre entidades protetoras de animais.

Na decisão o magistrado pontua “este julgador entende que a admissão da Defensoria Pública na qualidade de custus vulnerabilis encontra amparo não apenas nos progressistas entendimentos doutrinários e jurisprudenciais sobre a temática da descoisificação dos animais, mas, sobremodo, no princípio constitucional do devido processo legal, pois, sem resquícios de dúvidas, terá o condão de ampliar a discussão e potencializar o contraditório e ampla defesa”, consta da decisão.

Preocupação

No início de agosto, representantes de entidade procuraram o auxilio da Defensoria Pública, e manifestaram uma série de preocupações em relação ao abrigo. Elas temem que a situação de abandono se agrave na cidade a partir da instalação de um abrigo público.

Após ouvir os protetores o defensor público, Leonardo Meriguetti requisitou ao judiciário a habilitação imediata no processo, “na qualidade de Custo Vulnerabilis”. O documento alega que a medida foi adotada “a fim de evitar grave e irreversível efetivo prejuízo à coletividade, após a entrada em vigor da nova legislação processual”, destacou o defensor em documento apresentado ao Judiciário.

A Defensoria pontua no documento as preocupações apresentadas por entidades e particulares protetores dos animais e destaca que as mesmas exercem sua atividade na cidade de Petrópolis por muitos anos de forma regular, acumulando vasta experiência teórica e prática sobre as questões que envolvem a atividade.

Problemas

Em reunião com a Defensoria, os protetores apontaram que construir um “abrigo temporário” para animais, seria um problema por si só, “assim como um serviço de recolhimento sem estabelecer critérios para apreensão administrativa de animais e colocação no abrigo”, consta do documento.

O defensor apresentou ao Judiciário preocupações expostas pelos protetores, como experiências do tipo que fracassaram em outros lugares. “Este suposto abrigo temporários se tornará um lugar onde os animais poderão ficar aprisionados para sempre, pois a adoção de animais adultos é extremamente difícil e certamente o local virará um depósito e depois um ponto de abandono”, apontaram as entidades à Defensoria.

Ainda segundo o documento apresentado pela Defensoria, as entidades apontam que “o abrigo ainda causará grande gasto e perda de recursos públicos, sendo certo que o município já deixou claro que não possui estes recursos para manutenção de tal investimento. Mostra-se pela experiência que tais investimentos seriam melhores aplicados em parcerias com universidades e veterinários por exemplo, assim como uma campanha continua de castração, resultando em maior eficiência destes gastos mediante melhores resultados”, consta do documento apresentado pela Defensoria à Justiça.