quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Santa Casa comemora 230 anos preservando história e foco nas tecnologias


A Santa Casa de Misericórdia de Campos é pura história, em 230 anos. Para celebrar, na noite desta quarta-feira (28), foi inaugurado o "Memorial 230 anos da Santa Casa", além do lançamento da websérie contando os detalhes e pontos memoráveis da instituição que, inclusive, resgatou tesouros como a assinatura de Dom Pedro II, no Livro de Ouro. Um espaço cheio de memórias com textos, objetos e quadros, foi criado no primeiro andar da unidade hospitalar, moderno e cheio de personalidade. 

A décima Santa Casa a se instalar no país, ainda no Brasil-Colônia, sua história acompanha de perto a transformação da antiga Vila de São Salvador, em cidade. Fato que é um orgulho para o provedor da Santa Casa, o médico Manoel Corraes. 


"Foi interessante conhecer toda essa história e poder deixar para as futuras gerações o que representa Santa Casa. Parte dessa história que está sendo contada aqui, neste espaço, era desconhecida. Entre elas, a descoberta no Livro de Ouro com a assinatura de Dom Pedro. Descobrimos que a doação do terreno do primeiro prédio partiu da Câmara de Vereadores. Descobrimos que o terreno onde foi construído o Hospital Ferreira Machado era da Santa Casa, que doou para a construção do Hospital que tratava a tuberculose", contou Corraes.

 Tudo isso, em meio às novas tecnologias da unidade hospitalar; uma rocha que se mantém firme desde 1792 e pensando para as gerações futuras."O mais interessante é que não se pode projetar o futuro, sem conhecer profundamente o seu passado. A intenção foi recuperar as memórias da Santa Casa, o primeiro hospital da região, o 10º do Brasil. Sempre pioneiro. E esse resgate vem de encontro ao nosso trabalho, de uma instituição moderna em suas especialidades e de alta complexidade", disse diretor da Santa Casa, o médico Cléber Glória. 

Segundo Cléber Glória, o espaço vai estar aberto à comunidade, quando será criada uma agenda de visitação, já que o Memorial se encontra dentro de um hospital. 

Responsável pelo trabalho de resgate, a historiadora Rafaela Machado contou como foi abrir esse baú do tesouro em um tempo recorde de dois meses:"Mergulhamos, durante dois meses, nesse universo até chegar nesse ponto do conteúdo, resgate e produção do vídeodocumentário. Ao longo do percurso descobrimos coisas fantásticas. Eu posso dizer que me emocionei o tempo inteiro. Em uma das entrevistas, eu saí, sabia que ia chorar. A todo o momento a gente sentia a sensação do resgate da história que estava lá apagada, adormecida, para as novas gerações". 

Ela cita a história da roda dos expostos ou enjeitados, a sala dos provedores, a assinatura de Dom Pedro II no livro de Ouro."Estamos falando de um hospital e uma história rica. Que sirva de exemplo para outras instituições", ressalta a historiadora, que contou com a produção do vídeo pela agência Xip. Como conselheiro do Conselho da Preservação do Patrimônio Arquitetônico Municipal (Coppam), o arquiteto Edvar Freitas Chagas Júnior, também presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas CDL de Campos, marcou presença e falou da importância do evento.

"O que a Santa Casa testemunhou, não só no crescimento e desenvolvimento da cidade, por isso, dá uma emoção tão grande comemorar os 230 anos dessa instituição fortalecida, permanente e atuante. É muito bom o Corraes está a frente com essa visão, essa gestão de preservar", disse. "Sem dúvida nenhuma, eu diria que a Santa Casa é a mãe dos hospitais de Campos. Desde o tempo do Império ela já estava estabelecida e vem sendo assim até o dia de hoje com busca constante de novas tecnologias", completa o secretário municipal de Saúde, Paulo Hirano.