segunda-feira, 26 de setembro de 2022

Garotinho ataca Wladimir : "Funcionários sendo ameaçados se não votarem nos candidatos que eles querem"


O ex-governador Anthony Garotinho fez uma live pelo Facebook, nesse sábado (24), em que atacou o filho Wladimir Garotinho, prefeito de Campos, alegando falta de apoio à candidatura da irmã Clarissa Garotinho ao Senado, e voltou a afirmar que é candidato a deputado federal, apesar de decisão no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) indeferindo sua candidatura.

 “Eu quero dizer ao povo de Campos que eu não compactuo com esse tipo de comportamento que está sendo feito na cidade, onde o prefeito está liberando as pessoas que ocupam cargos de confiança na Prefeitura, que são secretários, que são administradores, que são pessoas trabalhadoras, alguns até sendo ameaçados se não votarem nos candidatos que eles querem. Tem gente que não sabe nem onde fica Campos. Você, Wladimir, ao invés de estar preocupado com isso, deveria estar ajudando a sua irmã, que é candidata a senadora. É isso que você devia fazer. Você não devia ter virado as costas para mim, como você virou. Desculpe a minha sinceridade, mas eu não sou covarde”, disse Garotinho.

 Ainda durante a transmissão, o ex-governador pediu voto para ele próprio e para a filha. “Quero aqui pedir a vocês, de coração, me ajudem. Aqueles que gostam de mim, saibam quem são meus candidatos: deputado federal, 4458, esse é o meu número e espero poder contar com você; senadora, Clarissa Garotinho”.

De acordo com fontes ligadas a Garotinho, a reação do ex-governador foi motivada pelo não cumprimento pelo União Brasil de um acordo em relação ao fundo partidário e a uma suposta falta de apoio de Wladimir à candidatura de Juninho Virgílio — que substituiu Garotinho na corrida à vaga de deputado federal — e à candidatura de Clarissa ao Senado. 

As fontes afirmam que, após o indeferimento do registro de Garotinho, foi negociada com o presidente estadual do União e prefeito de Belford Roxo, Waguinho, uma verba de R$ 1 milhão do fundo partidário — e não mais o teto — para a campanha de Juninho Virgílio. Garotinho ainda teria conversado por telefone, na quinta-feira (22), com o vice-presidente nacional do União Brasil, Antônio de Rueda, que teria garantido que o partido liberou os R$ 15 milhões para a campanha, mas nenhum valor teria sido repassado até o momento. 

Para agravar a situação, segundo essas fontes, Garotinho acusa Wladimir de não “abraçar” a campanha de Juninho, como fez com a de Bruno Dauaire, e de Clarissa, tendo aberto para secretários municipais e agentes de desenvolvimento local apoiarem outros candidatos a deputado federal e senador. O ex-governador acredita que se Wladimir se envolvesse na negociação, mantendo contato com Waguinho, a verba já teria sido liberada.

 Por outro lado, fontes ligadas a Wladimir afirmam que há mais de 60 dias o grupo político já tinha informações de Brasília sobre a situação de Garotinho e trabalhava com a possibilidade do indeferimento da candidatura. Nesse cenário, o nome de Clarissa era tratado dentro do grupo como natural para substituir o pai na corrida por uma vaga na Câmara Federal, mas, em uma reunião no Rio, em cima do prazo para registrar um novo candidato, a irmã do prefeito de Campos não aceitou a mudança e manteve sua candidatura ao Senado. 

Apesar de Juninho não ser unanimidade no grupo político, pessoas próximas a Wladimir afirmam que ele fez reuniões e “abraçou” a campanha. Essas fontes afirmam, ainda, que o prefeito tentou ligar para Waguinho mais de 15 vezes e não foi atendido e nem teve retorno. Situação semelhante à enfrentada por Garotinho, Rosinha e Clarissa, que também não estariam conseguindo contato com o presidente estadual do União.