(Foto: Ralph Braz | Pense Diferente) |
A Cidade da Criança Zilda Arns é um parque temático pensado especialmente para transportar a criança para um universo lúdico. Um espaço que engloba lazer e Educação, compreendido em uma área de 8 mil metros quadrados na área urbana de Campos. O local é um atrativo para meninos e meninas de todas as idades, mas está fechado há quase dois anos e segue sem prazo para ser reaberto. Transformado em polo de vacinação em junho de 2020, o parque tem parte da estrutura ocupada pelas equipes da secretaria municipal de Saúde, mas todo o restante do espaço se encontra sem utilização. Porém, um fato específico chamou a atenção de frequentadores antigos: parte das esculturas de animais que decoravam o local foram levadas para o Jardim São Benedito, o que gerou a preocupação de um possível desmonte.
Não é raro encontrar crianças que, ao chegarem para se vacinar no local, peçam aos pais para brincar. Maria Cristina Barros é mãe de Denise e Deyse, de 6 e 7 anos. Elas foram se vacinar esta semana e a primeira coisa que questionaram à mãe foi a possibilidade de usarem os brinquedos. “Elas vinham aqui quando eram muito pequenas. Não tiveram oportunidade de aproveitar depois que cresceram e estão ansiosas para brincar. Toda vez que passamos pela Cidade da Criança elas perguntam quando vai abrir. Faz muita falta, até porque não temos muitas opções de lazer na cidade”, diz Maria Cristina.
Leandro Rangel é guardador de carros e fica no entorno da Cidade da Criança. Ele conta que está no local há 20 anos e viu várias fases do antigo Parque Alzira Vargas. “A gente viu a transformação desse lugar. O antigo Alzira Vargas necessitava de obras. A guarda funcionava aqui, mas saiu. Depois, o lugar ficou um tempo abandonado até que houve a reestruturação e aí sim, ficou movimentado. As pessoas tinham prazer em vir à Cidade da Criança. Hoje, muita gente passa e pergunta quando vai abrir, quando volta a funcionar, mas a gente não sabe. É uma pena a população não desfrutar desse espaço”, lamenta.
Joana Monteiro é mãe da pequena Ísis, de 3 anos, e diz que a menina não teve oportunidade de conhecer a Cidade da Criança. “Ela sempre que passa em frente fica pedindo para conhecer o castelo, como ela chama, e nunca tivemos a oportunidade, o que é uma pena, porque foi muito dinheiro empregado ali. O lugar é bonito, as pessoas adoravam ir e a gente não tem oportunidade. São poucos os parques na cidade. Nem todos tem estrutura e lá tem”, diz a mãe, que brincava com a filha no Jardim São Benedito.
É para lá que estão sendo levados alguns brinquedos e esculturas de fibra de vidro que decoravam a Cidade da Criança. O panda, os macacos, o cavalo, o leão, a onça pintada e o pavão que decoram as fotos da criançada que visitava a cidade agora estão distribuídos pelo Jardim São Benedito. Brinquedos também foram movidos, o que causou estranheza aos frequentadores.
“Agora a gente vê esses bichinhos aqui e fica se perguntando, será que a Cidade da Criança não vai reabrir tão cedo?”, questiona Joana.
Questionada sobre a reabertura da Cidade da Criança, a Prefeitura de Campos confirmou, por meio de nota, a transferência de brinquedos da Cidade da Criança para o Jardim São Benedito, feita pela Companhia de Desenvolvimento do Município de Campos (Codemca). Segundo o Município, “o objetivo é garantir que a população possa usufruir dos mesmos. A transferência aconteceu para a reabertura do Jardim”.
Também por meio de nota, a Prefeitura informou que o local será reformado nos próximos meses. Porém, não respondeu se a Cidade da Criança voltará a receber o público em geral. “A secretaria municipal de Educação, Ciência e Tecnologia informa que está em curso a elaboração de um projeto para reforma da Cidade da Criança, que será executado nos próximos meses, possibilitando a reinauguração de forma segura e a implantação de projetos educacionais, visando à melhoria da qualidade do ensino em Campos”, diz a nota.
A Cidade da Criança foi inaugurada em dezembro de 2015 e custou R$ 16,7 milhões aos cofres públicos.
Fonte: Terceira Via