sexta-feira, 22 de abril de 2022

Campos recebe R$ 45,45 milhões de royalties do petróleo este mês

(Foto: Ralph Braz | Pense Diferente)

Novas perdas são registradas para repasses de royalties aos municípios produtores fluminenses, com depósitos de valores de abril na sexta-feira (22) referentes à produção de fevereiro.

O município de Campos vai receber com -13,6% de queda, o equivalente R$ 45,45 milhões, contra R$ 52,63 milhões de março.

Macaé vai arrecadar R$ 88,73 milhões, com baixa de -8,9% contra último pagamento de R$ 97,36 milhões de março, aponta levantamento do consultor de energia, petróleo e gás natural, Wellington de Abreu.

São João da Barra é exceção à regra das perdas, e vai registrar alta de +4,5%, com repasse de R$ 17,74 milhões contra R$ 16,98 milhões do repasse anterior.

Quissamã vai receber R$ 18,12 milhões, com retração de -5,9%, tendo arrecadado R$ 19,26 milhões do pagamento anterior.

Rio das Ostras terá depósito com queda de -13,6%, captando R$ 16,73 milhões contra R$ 19,35 milhões do mês anterior.

O consultor Wellington explica que fevereiro que é o mês de referência para o cálculo dos royalties distribuídos no mês de abril, por si já possui três dias a menos que o mês de janeiro, o que geraria quedas de produção em relação ao mês anterior.

Conforme o boletim da ANP, a produção nacional de petróleo em fevereiro teve queda de 3,8% em comparação a janeiro e aumentou 3,5% frente a fevereiro de 2021, pontua Wellington.

No gás natural, a redução foi de 3,1% em relação ao mês anterior e aumentou 1,6% em relação ao igual mês do ano passado. No total, foram produzidos 3,754 milhões de barris de óleo equivalente por dia, sendo 2,917 milhões de barris diários de petróleo e 133 milhões de metros cúbicos diários de gás natural.

Queda também devido às paradas programadas para manutenção das plataformas: na Bacia de Santos, P-70 no campo de Atapu; e na Bacia de Campos as plataformas, P-51 e P-56 no campo de Marlim Sul e o FPSO-Cidade de Anchieta do campo de Baleia Azul.

“Mesmo com uma queda de 3,3% no câmbio, o petróleo tipo Brent já vinha se mantendo em alta no mês de janeiro em virtude do aumento da demanda em virtude do avanço da vacinação e retração da pandemia. Em fevereiro o mesmo ultrapassou a marca dos US$ 100,00 com o início do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, subindo 18,4% e chegou aos US$ 106,00 ao final do mesmo mês. Mesmo com este aumento do preço da commodity, a queda de produção de fevereiro com as paradas programadas, aliado a questão do câmbio e uma queda de produção no campo de Roncador (em averiguação) gerou esta queda”, assinala o pesquisador Wellington Abreu.

Um fato em particular e novo, que gerou superávit para São João da Barra, complementa Wellington, é que começou a receber pelo esperado enquadramento como município detentor de Instalação de Embarque e Desembarque (IED), proposto administrativamente em 2017 e judicialmente (Procuradoria Municipal) em 2020.

“Fato que perante a legislação beneficia os municípios com os quais possui fronteiras, no caso, Campos dos Goytacazes (que já recebe por via judicial) e São Francisco de Itabapoana agora enquadrado, que passou de R$ 1,978.517,38 mi em março R$ 3,510.600,46 mi agora em abril”, explicita.

O conflito na Ucrânia permanece e após alcançar os US$ 130, o preço do petróleo continua oscilando acima dos US$ 100, fatores de projeção de alta para próximos repasses. “Espero um aumento na Participação Especial para o início de maio e repasses maiores dos royalties até junho. Lembrando que mesmo com a queda o reflexo é positivo e maior ainda os repasses para o Estado e para a União que recebem diretamente o reflexo da imensa produtividade do Pré-Sal, principalmente dos Campos de Tupi, Búzios, Sapinhoá, Sépia e Atapu”.





Fonte: Fatore