quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Petrópolis entre as melhores cidades para envelhecer no país

(Fotos: Ralph Braz)

Petrópolis ficou em 20º lugar no Índice de Desenvolvimento Urbano para Longevidade (IDL), indicador que considera dimensões como cuidados de saúde, bem-estar, finanças, habitação, educação e cultura, além de indicadores gerais de desemprego, expectativa de vida e violência. O estudo é elaborado pelo Instituto de Longevidade Mongeral Aegon.

Estar entre as cinco cidades Grandes que mais alocam recursos em investimentos colaborou para a classificação de Petrópolis entre as 20 cidades de melhor desempenho na variável Finanças e, consequentemente, influenciou a classificação em 20º lugar no IDL 2020. Estar entre as 10 cidades de melhor desempenho em termos de acesso a esgotos e em termos de parcela da população composta de idosos coloca Petrópolis em 22º lugar em termos de Habitação. A cidade aparece entre as que mais têm pessoas com acesso a serviços de TV por assinatura, sugerindo infraestrutura de serviços acima dos padrões nacionais. Infraestrutura também se reflete na classificação de Petrópolis em termos de Cuidados de saúde, estando entre as 15 cidades com maior quantidade relativa de leitos.


Porém, o estudo também aponta que aspectos como a concentração de renda é um tópico merecedor de atenção, já que a cidade está fora do conjunto de 200 cidades de menor concentração de renda entre as 280 cidades Grandes. Outro ponto a ser considerado como negativo na cidade é o alto índice de acidentes de trânsito envolvendo vítimas, que coloca Petrópolis com desempenho médio, o que, segundo o estudo pode ser melhorado, dado o bom desempenho da cidade em outros termos, como Finanças.

As listagens completas de cada dimensão e do ranking geral do IDL podem ser conferidas no site da pesquisa (https://institutomongeralaegon.org/longevidade-e-cidades/idl/).

“Infraestrutura também se reflete na classificação de Petrópolis em termos de Cuidados de saúde, estando entre as 15 cidades com maior quantidade relativa de leitos”


São Paulo abriga o maior número de cidades com melhores índices

A pesquisa selecionou as mil cidades mais populosas do Brasil e as separou em dois grupos: as 300 maiores e as 700 menores. Devido a falta de dados disponíveis para as análises comparativas, o número de cidades avaliadas caiu de mil para 876, sendo 280 cidades maiores e 596 menores. Para cada grupo, então, foi elaborado um ranking, e o resultado mostra que, em ambos os casos, as dez primeiras posições são ocupadas majoritariamente por cidades paulistas.

Entre as maiores cidades, São Caetano do Sul e Santos lideram a lista, que tem ainda São Paulo na quarta posição, Atibaia, na oitava, Catanduva, na nona, e Americana, na décima. Fora essas, Porto Alegre (RS) aparece na terceira posição, Florianópolis (SC), na quinta, Niterói (RJ), na sexta, e Rio de Janeiro (RJ), na sétima.

Já entre os municípios menores, os nove primeiros são cidades paulistas: Adamantina, Vinhedo, Lins, São João da Boa Vista, Itapira, Tupã, Fernandópolis, Votuporanga e Dracena. Esteio, no Rio Grande do Sul, completa o top 10.


O diretor executivo do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon, Henrique Noya, avalia que as cidades mais bem posicionadas da lista não necessariamente são as que têm mais dinheiro disponível para investir.

"Passa por uma questão de bom uso dos recursos, mas também pelo foco por naquilo que a gente considera importante para promover qualidade de vida", afirma ele, que pondera que algumas cidades podem ser consideradas bons exemplos em alguma dimensão específica, apesar de terem uma colocação menos destacada no ranking geral: "Não existe uma cidade perfeita nos sete indicadores. Elas sempre têm alguma coisa para melhorar em algum ângulo".

Um exemplo é São Caetano do Sul, que ocupa a primeira posição no IDL entre as cidades grandes, mas fica na 50ª quando é considerada apenas a dimensão Cuidados de Saúde. Já Campo Largo, no Paraná, que lidera essa dimensão, foi classificada na 113ª posição do ranking geral. Henrique Noya lembra que o envelhecimento populacional é uma realidade no país e defende que o tema esteja presente nas eleições municipais deste ano. "É muito importante levar essa questão da mudança demográfica para todos os palanques. Na verdade, a gente vive em cidades e não no país. O núcleo principal da nossa vida é a cidade em que a gente vive", afirma ele. "Uma cidade que está preparada para oferecer qualidade vida a uma população com mais idade, está muito preparada para oferecer isso a qualquer idade".

 



Fonte: Agência Brasil