Nenhum dos 92 municípios fluminenses foi classificado com grau de desenvolvimento alto, o mais elevado dos quatro níveis do Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) de 2023, divulgado ontem pela entidade. O Rio é o único estado do Sudeste que não teve cidades nesse patamar. O estudo analisa dados de estatísticas públicas oficiais de três áreas: Saúde, Educação e geração de emprego e renda.
No novo levantamento, a capital está na primeira colocação no Estado do Rio, posição que mantém desde 2016. No entanto, na lista dos 5.550 municípios brasileiros analisados no estudo, a cidade ocupa o 295º lugar. Na outra ponta está Belford Roxo, na Baixada Fluminense, único do estado a ficar no pior patamar da classificação.
A capital ficou na primeira colocação e foi a única cidade fluminense a figurar entre os 500 maiores IFDMs do país, na 295ª posição. Rio de Janeiro, Volta Redonda, Resende, Macaé e Petrópolis se mantêm no Top 10 fluminense desde o início da nova série histórica do IFDM em 2013. Na análise por área de desenvolvimento, o desempenho no IFDM Emprego & Renda foi o maior destaque para essas cidades. Entre as dez, seis registraram alto desenvolvimento nesse indicador. No IFDM Saúde, apenas Piraí apresentou alto desenvolvimento, enquanto as demais cidades se concentraram na faixa de desenvolvimento moderado. Piraí se destacou, inclusive por apresentar o melhor desempenho em Saúde do estado do Rio. Contudo, no IFDM Educação foi a única cidade do Top 10 com pontuação inferior a 0,6 pontos, enquanto todas as outras ficaram com desenvolvimento moderado.
— O alto desenvolvimento, como classificamos, ainda é raro no país como um todo. Temos apenas 255 cidades, o que é muito baixo. O desenvolvimento socioeconômico depende de políticas públicas e da continuidade dessas políticas. Temos visto melhora ao longo do tempo no Estado do Rio, um crescimento acima da média do Brasil. Mas ainda há espaço para crescer — observa Marcio Felipe Afonso, especialista em Estudos Econômicos da Firjan.
De acordo com o estudo, o índice médio do estado aumentou 14,2% em comparação a 2013. O crescimento foi impulsionado pela área da Educação, que registrou alta de 33,7%. Já a Saúde teve melhora de 13,2%, e emprego e renda, de 1,6%, índice que ficou acima da média nacional.
O índice de desenvolvimento é elaborado anualmente desde 2008, mas a metodologia atual foi adotada a partir de 2013. São analisados vários dados até chegar a um número para cada uma das áreas e um geral. Esses números vão indicar quatro conceitos: desenvolvimento crítico (entre 0 e 0,4), baixo (entre 0,4 e 0,6), moderado (entre 0,6 e 0,8) e alto (0,8 e 1).
No Estado do Rio, 33 cidades (35,9%) foram classificadas com nível baixo de desenvolvimento e 58 (63%) com o moderado. Uma ficou no nível crítico.