A produção nacional de óleo bruto segue em crescimento, embora tenha diminuído o ritmo em relação ao ano anterior. No primeiro semestre de 2024, produção nacional do energético se manteve praticamente estável em relação à média anual de 2023. Esse cenário de estabilidade é resultado de paradas programadas em campos do pré-sal, variações naturais dos níveis de produção e ações direcionadas para a revitalização de campos maduros, que chegaram a acumular queda de 330 mil barris/dia entre janeiro e abril.
Mesmo sendo o estado onde estão os principais campos afetados no primeiro semestre, o Rio de Janeiro mantém seu protagonismo neste mercado, alcançando patamares médios próximos aos 3 milhões de barris/dia, o que representa 86% dos volumes produzidos no país.
“Com o contínuo amadurecimento das bacias petrolíferas em águas fluminenses, manter o patamar produtivo e expandir ainda mais o potencial do país e do estado é certamente um desafio para os próximos anos. É importante frisar a perene participação do petróleo na matriz energética mesmo no cenário de descarbonização, pois quando se fala em transição energética, o papel do petróleo no futuro significa desenvolvimento econômico dos países e mais adição de energia. O produto continuará tendo o seu papel, a questão é como congregar isso com a descarbonização, com soluções de captura e armazenamento de carbono”, ressalta o vice-presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano.
Os dados integram a 9ª edição do Anuário do Petróleo no Rio, levantamento da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), que será apresentado nesta terça-feira (13) aos agentes do mercado e representantes do poder público. Quanto à localização da produção nacional, os campos marítimos continuam em destaque, concentrando em torno de 95% dos volumes produzidos em 2024. A região do pré-sal responde por mais de 75% dos volumes, enquanto o pós-sal atinge pouco mais de 20%, percentual ainda bastante relevante ao considerarmos se tratar de uma região madura, com histórico produtivo de mais de 40 anos.
Campos maduros
Além disso, o levantamento destaca a recuperação dos campos maduros e áreas marginais, pauta importante para a bacia de Campos, e que ainda tem muito a contribuir com relação à produção. Essa região, após atingir em 2022 o menor volume de produção, desde 1996, em torno de 480 mil barris/dia, a bacia de Campos recuperou a sua produção em 2023 e já atinge 700 mil barris/dia.
“A aplicação de soluções para a melhoria do fator de recuperação e produtividade desses campos maduros e marginais, fez com que em um período de um ano e meio, a produção da bacia de Campos aumentou na ordem de 220 mil barris/dia, equivalente a uma plataforma grande de petróleo a ser instalada no pré-sal na bacia de Santos”, destaca a gerente-geral de Petróleo, Gás, Energias e Naval da Firjan, Karine Fragoso.
Ainda segundo o estudo, os números atualizados referentes às reservas provadas cresceram em 2023 em relação ao ano anterior. O Rio, por exemplo, expandiu seus volumes em 9%, alcançando 13,6 bilhões de barris. Já os volumes nacionais cresceram 7%, alcançando 15,9 bilhões de barris. A representatividade estadual de reservas provadas manteve o patamar produtivo, cerca de 86% do total nacional.
Lançamento do estudo
O lançamento do Anuário do Petróleo no Rio 2024 ocorre nesta terça-feira (13), a partir das 15h na sede da Firjan, no Centro do Rio. A abertura do evento contará com a presença do secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis no MME, Pietro Adamo Sampaio Mendes; do diretor-geral da ANP, Rodolfo Saboia; doo secretário de Energia e Economia do Mar do estado do Rio de Janeiro, Felipe Peixoto, além do vice-presidente da federação, Luiz Césio Caetano.
Já o painel técnico, terá Karine Fragoso, que apresentará o estudo; mais as participações da diretora de Estudos do Petróleo, Gás e Biocombustíveis da EPE, Heloisa Borges; do gerente-geral do Gaslub-Petrobras, Candido Luis Queiroz da Silva; da líder de Subsuperfície – Campo de Peregrino da Equinor, Thais Marcia Silveira; do gerente de Novos Negócios da Ipiranga, Vinicius Ceccarelli; do diretor executivo de Petróleo, Gás Natural, Bioenergia, Hidrogênio e Petroquímica da ABIMAQ, Alberto Machado; e do presidente da ABPIP, Márcio Félix.
Fonte: Ascom