terça-feira, 2 de agosto de 2022

Varíola dos macacos: Rio já tem 169 casos confirmados , sendo dois casos em Campos

(Foto: Ralph Braz | Pense Diferente)

A Secretaria Estadual de Saúde informou ontem (1º) que o Rio de Janeiro terminou o mês de julho com 169 casos confirmados de monkeypox (varíola dos macacos). Na Região Serrana, apenas um caso está listado. A SES não identifica o município da notificação, mas a Secretaria Municipal de Saúde de Teresópolis já havia confirmado o primeiro infectado no município na semana passada.

A Subsecretaria de Atenção Básica, Vigilância e Promoção da Saúde (Subpav), órgão ligado à Secretaria Municipal de Saúde, confirmou dois casos de varíola dos macacos em Campos, doença transmitida pelo vírus monkeypox. Os exames laboratoriais dos pacientes foram realizados no Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels (LACEN/RJ). Um paciente foi internado em leito de isolamento do Setor de Doenças Infecto Parasitárias no Hospital Ferreira Machado (HFM), no início da tarde desta terça-feira (2). O outro está em vigilância domiciliar.

De acordo com a secretaria, o paciente, do sexo masculino, que precisou de internação, tem 33 anos. Ele tem histórico de viagem para a cidade de Natal (Nordeste) e para São Paulo nos últimos 30 dias. Também apresentou quadro clínico sistêmico e lesões características para varíola, após atendimento ambulatorial na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). O material para exame laboratorial foi coletado na última quinta-feira (28) e o resultado enviado ao município nesta segunda-feira (1º).

“Esses são os primeiros casos confirmados na cidade. Até o momento não há suspeita entre os contactantes, mas seguiremos com a avaliação médica diária”, explica o subsecretário da Subpav, Rodrigo Carneiro. O especialista acredita que a contaminação tenha ocorrido no deslocamento entre uma cidade e outra para as quais o paciente viajou.

O segundo paciente, também masculino, tem 40 anos e viajou recentemente para o Rio de Janeiro. Atendido no Hospital Ferreira Machado (HFM), ele teve material coletado para análise também na quinta-feira (28) e o resultado confirmando a infecção por monkeypox na tarde desta terça-feira (2).

O paciente que necessitou de internação encontra-se com quadro de saúde estável. Os contactantes – pessoas com quem teve contato após as viagens – estão em isolamento domiciliar e monitorados pelo Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde de Campos (CIEVS/Campos). O segundo paciente e seus contactantes também estão em isolamento. Ambos os pacientes possuem comorbidades.

“É importante frisar que, até o momento, não há nenhum indício de circulação autóctone, ou seja, de circulação do vírus dentro da cidade, com transmissão local. Os casos que temos, um confirmado e outro suspeito, são muito prováveis por infecção fora dos limites do município. Isso não quer dizer que não tenhamos a circulação do vírus num futuro próximo dentro da cidade”, afirma Carneiro.


Ao Diário, o infectologista pediátrico e professor de pediatria da Unifase, Felipe Moliterno, explicou que é necessário seguir com a higienização das mãos e evitar o contato com doentes. " A transmissão entre humanos ocorre principalmente por meio de contato pessoal com secreções respiratórias, lesões de pele de pessoas infectadas ou objetos recentemente contaminados", disse.

As erupções cutâneas, que são as marcas na pele características da doença, geralmente se desenvolvem pelo rosto e se espalham para outras partes do corpo, incluindo órgãos genitais.
"A erupção cutânea passa por diferentes estágios e pode se parecer com varicela ou sífilis, antes de finalmente formar uma crosta, que depois cai. Quando a crosta desaparece, a pessoa deixa de infectar outras pessoas", explicou o especialistas, lembrando que, no caso da monkeypox, as lesões evoluem de forma uniforme.

Além dos 169 casos confirmados, a SES informou que descartou 129 e há 26 em investigação. A Secretaria Municipal de Saúde de Petrópolis foi questionada sobre casos suspeitos na cidade, mas não respondeu até o fechamento desta edição. Para Moliterno, não é preciso ter pânico.

"Não vamos entrar em pânico , devemos seguir acompanhando os casos e seguir boletins e guias , sempre respaldados por dados científicos", afirmou.

"Importante ressaltar que, embora a doença tenha sido identificada pela primeira vez em macacos, o surto atual não tem relação com esses animais", informou a nota da SES.

Brasil receberá antiviral

Ontem (1º), o ministro da Saúde Marcelo Queiroga anunciou que o Brasil receberá o antiviral tecoviramat para reforçar o enfrentamento ao que chamou de "surto de monkeypox" no país. O recebimento será por intermédio da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e contemplará os casos mais graves, em um primeiro momento.