(Foto: Inea) |
A capacitação, que começou nessa segunda-feira (11), foi ministrada pela Gerência de Operações em Emergências Ambientais (Geopem) do Inea. No treinamento, os participantes aprenderam técnicas de avaliação do cenário emergencial, coordenação de ações para limpeza das praias e destinação ambiental adequada do resíduo recolhido, com atividades práticas na praia do Açu. A capacitação também abordou diferentes tipos de cenários, de acordo com as características de cada praia, além das técnicas que devem ser empregadas para a retirada dos diferentes tipos de resíduos oleosos.
O assessor técnico da Geopem e coordenador do treinamento, Ricardo Marcelo, ressaltou a importância da preparação dos municípios para que as equipes possam atuar com rapidez e eficácia.
— Estamos nos preparando para o enfrentamento deste cenário, pois é fundamental que todos saibam o que fazer, e como fazer. A ideia também é que os municípios contribuam com o conhecimento que têm sobre as características e peculiaridades das faixas litorâneas — disse.
O secretário de Desenvolvimento Ambiental, Leonardo Barreto, participou da capacitação e destacou que é importante organizar as frentes de ação.
— Município, Estado e União, coordenados pela Marinha do Brasil, estão se organizando para o monitoramento e possível identificação de manchas de óleo aqui no litoral fluminense. Com o conhecimento que está sendo passado poderemos ter uma resposta rápida e eficiente — frisou Leonardo Barreto.
Mancha — O número de praias, rios, ilhas e mangues atingidos por óleo chegou a 494, segundo balanço divulgado nessa segunda-feira (11) pelo Ibama. Ao todo, ao menos 111 municípios de todos os nove estados do Nordeste e do Espírito Santo foram afetados por fragmentos ou manchas de petróleo cru desde 30 de agosto. Por estado, as 299 localidades ainda oleadas se distribuem da seguinte forma: Bahia (136), Sergipe (47), Alagoas (44), Pernambuco (26), Rio Grande do Norte (17), Espírito Santo (14), Ceará (9), Maranhão (3), Paraíba (1) e Piauí (2). O balanço do Ibama diverge do divulgado pela Marinha na mesma data, o qual aponta que “os estados do CE, RN, PE, SE, PB, MA, PI, PA e AP estão com as praias limpas”.
O Ibama confirmou que pelo menos sete praias do Espírito Santo foram afetadas com as manchas de óleo vindas do Nordeste brasileiro. Os locais onde foram encontrados fragmentos da mesma substância que atingiu diversas praias nordestinas ficam nos municípios de São Mateus e Linhares, no Norte do Espírito Santo. Em São Mateus foram três praias atingidas: Guriri, Barra Nova e Urussuquara. Já em Linhares, as manchas de óleo chegaram às praias de Pontal do Ipiranga, Povoação, Degredo e Cacimbas.
Em outubro, o oceanógrafo e pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), David Zee, afirmou, em entrevista dada ao jornal O Dia, que São Francisco, Barra de São João e Quissamã seriam as primeiras cidades fluminenses afetadas, caso a mancha chegue ao estado do Rio.
Fonte: Folha da Manhã