terça-feira, 29 de março de 2022

ONGs de Petrópolis sofrem com superlotação e animais correm perigo de continuarem desabrigados


Um dos grandes problemas derivados das duas grandes chuvas de 15 de fevereiro e 20 de março foram os animais desabrigados. Só na Dog’s Heaven, organização não governamental da causa animal, há mais de 300 bichos, dentre os atingidos pela tragédia e outros. O local, assim como outras ONGs, está superlotado, mas, a todo o momento, chegam novos pedidos de ajuda e resgate de animais que continuam nas áreas de risco.

A coordenadora da Dog’s Heaven, Márcia Coelho Netto, explica que grande parte dessas instituições, como a Somos Todos Protetores, Irmão Animal, Amigo Vira-Lata, Turma do Peludo e o Grupo de Resgate de Animais em Desastres (GRAD), não estão com mais condições de abrigar novos animais e estão criando uma campanha de doação: “o grande problema agora é conseguir lugar para os animais que precisam sair das áreas de risco. É um desespero uma pessoa te pedir socorro para tirar os cachorros da casa que está desabando, mas vamos levar para onde?”.

Problemas

De acordo com ela, os voluntários dessas organizações têm visto o constante desespero das pessoas em grupos e redes sociais para conseguir lares temporários. “Precisamos promover uma grande campanha de adoção, não só na Dog’s, mas de todos que tenham animais para adoção, para abrir vagas para os que estão nas ruas e nessas regiões de risco”, indicou.

Márcia alerta que, para uma cidade como Petrópolis, onde a economia gira muito em torno do turismo, a questão dos animais de rua pode acabar abalando isso. “Dá pra perceber, caminhando pela cidade, que o número de animais nas ruas aumentou assustadoramente. Inclusive, é pior ainda porque boa parte deles não está castrada. Viemos de vários anos de negligência e infelizmente, agora a bomba estourou”, atentou.

Aluguel social

Outro motivo para essa retenção de animais nos abrigos e lares temporários é a resistência dos proprietários das casas aceitas pelo aluguel social em aceitarem esses animais. A petropolitana, Solimar Pereira Gonçalves, teve sua casa interditada no bairro Vila Felipe e, todos os dias, vai até o local alimentá-los, por não ter para onde levá-los. “Quando tentei conseguir um abrigo para eles, não tive êxito, pois todos estão ocupados. Continuamos na luta por um lugar para eles, mesmo que seja provisório. Estamos em processo de conseguir uma residência e que tenhamos a possibilidade de ficar com eles”, contou.

A Dog’s Heaven lançou uma campanha para a conscientização de aceitação dos animais no sistema de aluguel social, a “Adota Petrópolis”, que também é voltada para a adoção e abrigo desses animais. Para saber mais sobre como adotar, basta entrar em contato com a instituição pelo instagram @ dogsheaven.
Cobea
A Coordenadoria de Bem-Estar Animal (Cobea) da Prefeitura Municipal de Petrópolis, também está com uma capmanha nas redes sociais para sensibilizar proprietários de imóveis a aceitar no Aluguel Social, famílias que têm animais. A coordenadora da Cobea, Raphaela Buriche, salienta: “os animais de estimação são integrantes importantíssimos da vida das famílias. É de relevância inquestionável que permaneçam juntos”.
A Cobea prepara um evento de adoção para os animais acolhidos nos lares provisórios e não reclamados por tutores. A coordenadoria também vem estimulando tutores que estão em pontos de abrigo da Prefeitura a mobilizar parentes e amigos para que acolham animais que permanecem em imóveis interditados. Aqueles que quiserem ajudar a abrigar, temporariamente, algum desses animais, pode se cadastrar pelo Whatsapp: (24) 99204-0647 ou pelo endereço eletrônico: ceaicobea@petropolis.rj.gov.br.





Fonte: Diário de Petrópolis