sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Empresas de Eike Batista subiram mais de 500% na Bolsa em 2020


Entre o início de janeiro e o meio de dezembro, as ações da MMX, empresa de mineração de Eike Batista, tiveram uma valorização de quase 600%.

Isso significa que quem tinha R$ 50 mil em ações da companhia em janeiro, hoje, tem cerca de R$ 300 mil em mãos (se vendeu os papéis).

E ela não foi a única das criações do empresário, já condenado por corrupção, lavagem de dinheiro e manipulação de mercado, a se destacar neste atípico ano de 2020.

A OSX, da área de construção naval, viu suas ações subirem mais de 530% em relação ao primeiro pregão do ano.

Isso, não custa lembrar, no ano em que a bolsa foi ao chão, com a pandemia de coronavírus, e acabou de se recuperar. No acumulado de 2020, Ibovespa subiu pouco mais de 1%,

Os papéis de ambas as companhias (MMXM3 e OSXB3) deram seus saltos no início de outubro e no fim de novembro.

O principal motivo apontado para a nova ascensão da OSX foi ela sair da recuperação judicial, na qual estava há sete anos.

Ao sair da recuperação, a empresa passa a ter mais liberdade para negociar novos contratos, apostar em crescimento e investir em novas frentes. E os investidores estariam apostando que a OSX vai no caminho certo.

Já a MMX, que segue em recuperação judicial, teve a seu favor decisões judiciais para retomar uma mina em Mato Grosso do Sul. Mas que não são definitivas.

O caminho, como era de se esperar, não está livre de polêmicas. A Associação Brasileira de Investidores (Abradin) afirma que as altas se deram por manipulação do mercado e pediu, inclusive, que a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) anule todas as operações com ações das empresas desde o dia 13 de outubro

Segundo a associação, trata-se de uma bolha que vai prejudicar milhares de investidores quando estourar. Caberá às autoridades analisar a denúncia e dizer se as operações não foram feitas com a lisura exigida.

Há menos de um mês, a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, homologou o acordo de delação premiada de Eike Batista. Na delação, o empresário lista malfeitos de autoridades como senadores e deputados federais. E se compromete a ressarcir os cofres públicos em R$ 800 milhões, pelos próprios malfeitos.






Fonte: Terra