quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Betinho Dauaire estaria entre funcionários da Alerj que receberiam sem comparecer

(Foto: Folha da Manhã)
Uma série de reportagens veiculadas nos telejornais da Rede Globo durante a semana vem denunciando servidores efetivos e funcionários comissionados da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) que, embora recebem alguns dos maiores salários da Casa de Leis, quase não aparecem para trabalhar. Nesta quinta-feira (5), a emissora mostrou o caso de Betinho Dauaire, que goza de seu terceiro mês de férias em 2019 e recebe salários que chegam a mais R$ 36 mil.

Ex-prefeito de São João da Barra por dois mandatos e pai do deputado estadual Bruno Dauaire (PSC), Alberto Dauaire Filho, mais conhecido como Betinho, é servidor efetivo da Assembleia, lotado no setor de apoio às Comissões Permanentes. Porém, de acordo com a reportagem exibida pela Rede Globo, ele quase não esteve na Alerj em 2019.

As primeiras Comissões Permanentes só foram instaladas no fim de fevereiro. Somado ao recesso parlamentar de julho são quase três meses sem trabalho. Não bastasse, folhas de pagamento disponibilizadas no site da Casa de Leis mostram pagamento de férias a Betinho em março, junho, julho, agosto e setembro.

Segundo a reportagem, ele goza de seu terceiro período de férias consecutivo: o primeiro, entre 30 de setembro a 29 de outubro; o segundo, de 30 de outubro a 28 de novembro, e o último, de 29 de novembro a 28 de dezembro.

Mesmo assim, Betinho recebeu regimentalmente ao longo do ano. Os salários variam de R$ 21.907,34 a R$ 36.311,34 líquidos.

Outros casos

Betinho é irmão de Ricardo Dauaire, o Cacá, que, segundo a reportagem da Rede Globo, é outro funcionário que não aparece para trabalhar na Alerj. Ricardo é proprietário de dois estacionamentos no Centro de Campos, onde, segundo funcionários, pode ser encontrado com facilidade.

Além dos membros da família Dauaire, as reportagens da Rede Globo mostraram outros seis servidores que recebem sem comparecer à Alerj: Marli Regina de Souza Costa, Luiz Fernando Nader, Rubem Carlos Nader, Fernando José Cozzolino, Theodorico Garcia Palmeira e Carlos Henrique Lancelotti Aranha. Embora continuem recebendo vencimentos líquidos que vão de R$ 19 mil a R$ 30 mil, nenhum deles foi encontrado na Alerj pela reportagem.

A Casa tem 5 mil e 300 comissionados e 613 servidores efetivos distribuídos entre o Palácio Tiradentes, o prédio anexo, um edifício administrativo na Rua da Alfândega, no Rio de Janeiro, e as bases eleitorais de cada deputado. Suas frequências são atestadas pelos parlamentares em cujos gabinetes estão lotados, já que somente as presenças dos deputados no plenário são registradas eletronicamente.

O Jornal Online Terceira Via encaminhou à assessoria de comunicação da Alerj um pedido de nota comentando as denúncias veiculadas pela Rede Globo. Em breve resposta, a Assembleia se limitou a informar que o presidente da Casa, deputado André Ceciliano (PT), “determinou abertura de sindicância para apuração das denúncias”.






Fonte: Terceira via