A prefeitura vai fazer a restauração do monumento que fica na Praça Visconde de Mauá, a popular Praça da Águia, no Centro. Uma empresa vai ser contratada por meio de uma licitação para fazer a obra. O valor da obra foi orçado em R$ 96.605,00.
Na justificativa da licitação, o presidente do Instituto Municipal de Cultura (IMC), Charles Rossi, ressalta que o monumento "é um símbolo de nossa cidade, um cartão postal por excelência".
"Ocorre que, com o passar dos anos, este monumento sofreu desgaste natural resultantes, sobretudo, de intempéries climáticas, o que ensejou a anterior realização de serviço de mapeamento de danos e prospecção, cujo resultado foi diagnóstico e projeto para o restauro da estátua", afirma Rossi na justificativa.
O local é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e, de acordo com o IMC, o órgão aprovou a obra.
Laudo pede que obra seja feita "o mais rápido possível"
Toda a obra será feita de acordo com um laudo de quase 50 páginas produzido por um arquiteto, uma historiadora e duas restauradoras, que analisaram o monumento tanto em aspectos técnicos de cada elemento da estrutura (incluindo testes laboratoriais em fragmentos das peças) quanto importância histórica e artística da escultura para cidade. Nesse documento, os responsáveis pela avaliação classificam o estado de conservação como "precário" e pedem que a restauração seja executada "o mais rápido possível" diante do "estado acelerado de degradação", que podem ser agravados se o monumento continuar exposto às condições que causam a deterioração.
De acordo com o laudo, o vandalismo e as condições ambientais (variação de temperatura e chuva) são fatores que ajudam a explicar os danos do monumento. A estrutura metálica, por exemplo, apresenta "oxidação grave" segundo os especialistas que analisaram a escultura. A águia apresenta uma crosta de sujeita e camadas de tinta, enquanto a serpente tem trinca, rachaduras e fissuras, além de ter perdido parte da estrutura de argamassa, como na cabeça e na mandíbula.
A restauração prevê a revisão completa de toda estrutura metálica e de argamassa da águia e da serpente, de modo que essas peças recuperem a composição e traços originais. Também deverão de ser feitas intervenções nas estruturas elétricas e hidráulicas (incluindo especificações quanto ao chafariz) e na parte de alvenaria, como na base de sustentação. O monumento também deverá passar por impermeabilização e por melhorias do sistema de drenagem da peça, além de pintura - item que deverá ser aprovado previamente pelo Iphan. Também é proposta pelos técnicos que assinam o laudo a instalação de painéis solares que sirvam de alimentação para as bombas hidráulicas do chafariz.
Histórico do monumento
Não há muitos relatos precisos sobre como e quando o monumento e a praça onde ele fica foram construídos. Pela análise de iconografia (estudo sobre a origem de imagens) feita pelos responsáveis pelo laudo técnico indicam que a estátua foi colocada no local, em frente ao Palácio Amarelo (sede da Câmara Municipal), entre 1897 e 1910. No entanto, não foram localizadas por eles quaisquer menções à construção da peça em jornais da época.
O significado também ainda é um mistério: a explicação mais próxima é uma referência ao México, que possui a figura de uma águia lutando com uma serpente, alusiva a uma lenda sobre a procura do povo asteca por território. Porém, não há qualquer confirmação de que o monumento em Petrópolis tenha ligação com a histórica mexicana.
A Praça Visconde de Mauá faz parte do conjunto urbano-paisagístico da Av. Koeler, tombado pelo Iphan.
Obra terá quatro meses de duração
A concorrência está marcada para ocorrer na próxima segunda-feira (06/12), no Centro Administrativo da prefeitura, que fica na Av. Barão do Rio Branco, 2.846 - Centro, às 14h. A empresa que oferecer o menor preço ficará responsável pela obra. Cabe ressaltar que R$ 96.605,00 é o valor máximo da obra, mas o preço final pode ser menor, principalmente se houver interesse de várias empresas. A vencedora terá 120 dias para finalizar a restauração a partir da ordem de início do trabalho.
Fonte: Diário de Petrópolis