terça-feira, 24 de novembro de 2020

Mulheres na política e a importância da representatividade após as eleições 2020


Nos últimos anos, a mulher tem ganhado destaque, carreira e espaço no cenário político. A luta das mulheres pelo direito de ter voz em um ambiente predominante masculino, como a política, vem ganhando espaço, voto e o direito de serem eleitas em suas respectivas cidades. São João da Barra, São Francisco de Itabapoana, Quissamã e Cardoso Moreira, no Norte Fluminense, contam com as representantes, após o primeiro turno das eleições municipais.

Mas, a importância da figura feminina na política ainda gera debate e está muito além do desejado. Muitas mulheres ainda têm dificuldades de ocupar cargos de poder, serem eleitas ou terem voz ativa nas tomadas de decisões políticas. Isso acontece devido à exclusão histórica delas na política e que reverbera, até hoje, nesse cenário de baixa representatividade feminina no governo. Porém, se depender delas no poder, isso vai ficar para trás.


Carla Machado (PP) – São João da Barra
A prefeita Carla Machado se reelegeu e esse será o quarto mandato dela no cargo e a primeira vez que o município terá duas mulheres no poder, com a vice, Carla Caputi (DC). Para ela, a cidade tem avançado muito e há muito mais o que conquistar com a nova candidatura, ainda mais, com a presença de outra personalidade feminina no poder. Já que para a eleita, “a vice é uma mulher muito dedicada ao trabalho, mãe e uma profissional, que se transformará em uma grande gestora”, disse.

Carla também destacou a presença da mulher como protagonista em outros cenários, mas lembrou que o preconceito ainda existe, tendo a figura feminina ganhando destaque na política. “Ter a mulher ocupando cada vez mais espaços, e não só no cenário político, é fundamental para que possamos avançar na luta pela igualdade, o que representa também o fortalecimento da democracia. Fico muito feliz que mais mulheres estejam despontando no cenário político nacional e precisamos trabalhar ainda mais para que o preconceito que, infelizmente ainda existe, possa acabar”, finalizou.

Francimara Barbosa (SD) – São Francisco de Itabapoana
A prefeita Francimara Barbosa Lemos também se reelegeu. Ela venceu pela segunda vez consecutiva nas urnas. Mas, para ela, apesar do Norte Fluminense, a partir de 2021, ter quatro representantes femininas no comando das prefeituras da região, ainda é um número considerado bem reduzido.

A prefeita também lembrou que a cidade de São Francisco de Itabapoana, esperou por mais de 20 anos, após a emancipação, para dar posse em 2017, à primeira prefeita eleita da cidade. “No Brasil, as mulheres são a maioria do eleitorado, mas minoria em relação ao número de candidatos e uma parcela ainda mais reduzida quando se trata de ocupantes de cargos eletivos. Na Câmara Municipal, outro exemplo, já que na próxima legislatura, das 13 cadeiras, apenas uma será ocupada por uma mulher, a professora Yara Cinthia, que conseguiu se reeleger. Penso que quanto mais representatividade tivermos, através deste protagonismo, maior é a possibilidade da conquista de políticas públicas para garantir os direitos das mulheres”, afirmou.

Fátima Pacheco (DEM) – Quissamã
A prefeita Fátima Pacheco conquistou o segundo mandato consecutivo ao derrotar o ex-prefeito Armando Carneiro (PSC). Para ela, ter o protagonismo feminino no cenário político já é um avanço e o espaço da mulher na política tem que crescer cada vez mais, mesmo que ainda seja um desafio no Brasil.

Fátima também reforçou sobre as candidatas que foram reeleitas na região e o quanto isso mostra o poder da mulher nos cargos políticos. Ela destacou ainda a força delas à frente das suas respectivas cidades, e o quanto cada uma fez e ainda pode realizar sendo destaque na política. “Em uma região nossa de nove municípios, ter quatro prefeitas certamente mostra que a mulher está tendo o protagonismo. E que as que tiveram seus primeiros mandatos foram reeleitas porque fizeram bons mandatos”, falou.

Geane Vincler (PSD) – Cardoso Moreira
Geane Vincler foi mais uma mulher eleita na região. A candidata derrotou Neto Sardinha (DC), que ficou em segundo lugar com 35,28% dos votos. Para ela, é um motivo enorme poder estar representando a cidade de Cardoso Moreira e ainda mostrar o seu poder. “Eu tenho a oportunidade de mostrar que a mulher é capaz, que ela consegue, sem depender de ninguém, apenas dela mesma”, declarou.

A prefeita também lembrou sobre a falta de mulheres na política e o que ainda falta para melhorar, para que se tenha mais a presença delas ocupando cargos importantes dentro do cenário político, local ainda, que é considerado predominante masculino. “Ainda há muito o que melhorar, em Cardoso Moreira, por exemplo, temos apenas uma mulher eleita como vereadora para o ano de 2021. Em Italva, município vizinho ao nosso, nenhuma mulher foi eleita. Isso é muito ruim, não só pela representatividade feminina, mas para a própria cidade, que perde um olhar diferente, uma visão de mundo distinta”, explicou.








Fonte: Terceira Via