Temores em relação a uma nova variante do coronavírus possivelmente resistente a vacinas levam a semana a terminar com aversão ao risco no exterior.
No Brasil, o dólar saltava mais de 1% frente ao real na manhã desta sexta-feira (26), acompanhando esse movimento.
Às 9h12, o dólar avançava 1,16%, a R$ 5,629 na venda. Na B3, o contrato mais negociado de dólar futuro subia 1,12%, a R$ 5,663.
O dólar também apresentava ganhos acima de 1% contra divisas de países emergentes cujo movimento o real tende a acompanhar, como rand sul-africano, peso mexicano e a abatida lira turca.
Na última sessão, a moeda norte-americana spot caiu 0,51%, a R$ 5,565.
Pouco se sabe sobre a variante, detectada na África do Sul, Botswana e Hong Kong, mas cientistas dizem que ela tem uma combinação atípica de mutações, pode ser capaz de evitar respostas imunológicas e mais transmissível.
Autoridades britânicas acreditam que essa é a variante mais significativa até agora e correram para impor restrições de viagem ao sul da África, e Japão, República Tcheca e Itália fizeram o mesmo nesta sexta-feira.
A União Europeia também disse que busca suspender as viagens áreas da região. A Organização Mundial da Saúde vai reavaliar uma reunião de especialistas nesta sexta-feira para avaliar a nova variante.
Mercados globais
As ações globais despencavam e o petróleo foi abaixo de US$ 80 o barril, com os investidores buscando a segurança de títulos, do iene e do franco suíço.
O índice VIX, que mede a volatilidade das opções de ações do S&P 500 (que reúne as principais bolsas dos EUA), subia perto dos 40%, indicando alta considerável na aversão ao risco. O VIX também é chamado de índice do medo.
Ao mesmo tempo, o cenário pessimista favorece ativos considerados de proteção do valor investido em situações de crise, já que eles se valorizam ou variam pouco nesses cenários, caso do ouro. Por volta das 9h43, o contrato futuro para dezembro subia 1,27% em relação ao dia anterior, cotado a US$ 1806,90. Já o da prata avançava 0,66%, a US$ 23,652
As principais bolsas reagiam ao cenário de maior aversão ao risco.
Por volta das 7:51 desta sexta-feira, o e-mini do S&P 500 EScv1 caía 1,82%, a 4.613 pontos. Já o índice pan-europeu STOXX 600 .STOXX tinha queda de 2,63%, a 469,07 pontos.
Em Londres, o índice Financial Times .FTSE recuava 2,82%, a 7.104 pontos. Em FRANKFURT, o índice DAX .GDAX caía 2,79%, a 15.474 pontos.
Em Paris, o índice CAC-40 .FCHI perdia 3,47%, a 6.830 pontos. Em Milão, o índice Ftse/Mib .FTMIB tinha desvalorização de 3,14%, a 26.247 pontos.
Em Madri, o índice Ibex-35 .IBEX registrava baixa de 3,75%, a 8.509 pontos. Em LISBOA, o índice PSI20 .PSI20 desvalorizava-se 1,79%, a 5.460 pontos.
O petróleo tipo Brent em Londres LCOc1 recuava 5,49%, a 77,71 dólares por barril.
O petróleo em Nova York CLc1 caía 6,44%, a 73,34 dólares por barril.
O euro EUR= tinha ganho de 0,69%, a 1,1283 dólar.
O índice do dólar sobre uma cesta de moedas =USD perdia 0,479%.
Na China, uma série de casos locais de Covid-19 levou a cidade de Xangai a limitar as atividades turísticas e uma cidade próxima a cortar serviços de transporte público.
Isso derrubou as ações de turismo e as de consumo básico em 1,8% e 0,8%, respectivamente.
Os ativos chineses da bolsa fecharam em baixa nesta sexta-feira (26). As ações relacionadas a semicondutores e de energia lideraram as perdas.
O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, teve queda de 0,74%, enquanto o índice de Xangai caiu 0,56%.
Na semana, o CSI300 perdeu 0,6%, mas o índice de Xangai teve ganho de 0,1%