terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Wilson Witzel promete na posse de retomar crescimento e combater corrupção e violência

(Foto: Reprodução | Globo News)
O ex-juiz federal Wilson José Witzel tomou posse nesta terça-feira (1) como governador do Estado do Rio de Janeiro, em cerimônia na Assembleia Legislativa (Alerj), no Centro. Em seu discurso, se referiu a traficantes como narcoterroristas - "e como terroristas serão tratados". Também prometeu retomar o crescimento via geração de emprego.

O governador chegou por volta das 8h40 à Alerj, acompanhado do vice-governador, Cláudio Castro, da mulher, Helena, e de três dos quatro filhos. Marcada para as 8h30, a cerimônia começou pouco antes das 9h, ao som da banda dos Fuzileiros Navais e suas gaitas de fole.

Witzel se emocionou ao ouvir o Hino Nacional e, por volta das 9h15, fez o juramento já como governador do estado. Em seguida, discursou pela primeira vez no novo cargo .

Principais pontos do discurso:

combater tráfico, homicídios, lavagem de dinheiro e corrupção;
reestruturar a polícia e criar um conselho de segurança;
dar segurança jurídica e credibilidade para atrair investidores;
fortalecer e expandir o turismo, o "novo petróleo" do estado;
melhorar as condições de trabalho dos servidores;
racionalizar custos e obter mais recursos para os municípios;
buscar apoiar o Governo Federal no processo de mudanças de ordem tributária, previdenciária e econômica;
fortalecer a cultura "em toda sua diversidade" e a educação, que será tratada como "política pública estratégica";
retomar crescimento econômico com geração de renda e emprego;
fomentar a produção agrícola no interior e reduzir importações.

"Tomo posse hoje como governador do Estado do Rio de Janeiro, graças ao desejo de mudança da população. Meu primeiro agradecimento é ao povo (...) Nossa tarefa será racionalizar os custos e obter mais recursos para os municípios. ”

Ao falar da esposa, Helena, voltou a se emocionar e provocou lágrimas também na mulher. “Minha eterna gratidão, meu amor, pelo seu apoio incondicional, a mim e aos nossos filhos.”

Combate ao crime e à corrupção

Witzel prometeu combater a corrupção e o narcotráfico, com a reorganização da polícia e a criação de um conselho de segurança – ele já havia anunciado o fim da Secretaria de Segurança e a criação de duas secretarias, de Polícia Civil e de Polícia Militar. O governador disse que um dos seus objetivos será lutar contra o crime organizado e a lavagem de dinheiro que financia o crime.


“A instalação de um conselho de segurança vai aproximar as instituições, permitindo que a segurança não seja apenas um caso de polícia (...) São narcoterroristas, e como terroristas serão tratados (... ) É chegada a hora de libertar o Estado da irresponsabilidade e da corrupção, que marcaram as últimas duas décadas da política estadual."

"Cidadãos fluminenses, não permitirei a continuidade desse poder paralelo."

Disse também que cabe ao estado garantir a credibilidade e segurança jurídica aos investidores, voltou a dizer que o turismo é o "novo petróleo" do Rio e mandou um recado aos secretários nomeados por ele.

"Não temos o direito de errar. Não vamos decepcionar o Estado do Rio de Janeiro."

O governador finalizou o discurso citando Carlos Lacerda: "Deixou inegável legado de desenvolvimento a este estado. Peço licença para tomar, agora, suas palavras: 'A impunidade gera a audácia dos maus. O futuro não é o que se teme. O futuro é o que se ousa'. Eu ousei".

Às 9h43, Witzel terminou o discurso, que durou cerca de 20 minutos. Em seguida, a sessão foi encerrada, e o governador concedeu uma entrevista coletiva.

A jornalistas, Witzel afirmou que fará uma reunião na quarta-feira com seu secretariado para definir prioridades no programa dos primeiros 100 dias de governo. O governador definiu a questão orçamentária como uma das principais prioridades.


"Ontem, nos reunimos com o secretário de Fazenda e vimos que há caminhos para enfrentar esse gigantesco déficit de R$ 8 bilhões, que ainda pode aumentar (...) Vamos combater a sonegação, melhorar o desempenho da arrecadação. Você não pode falar em aumento de impostos se você não estiver muito bem organizado para arrecadar de quem tem que pagar e não sobrecarregar quem já paga. Precisamos ter uma justiça tributária."







Fonte: G1