sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Amigo confessa participação no sequestro de empresário em Campos

(Foto: Folha da Manhã)
Três suspeitos do sequestro do empresário Cristiano Tinoco e de sua esposa, em 3 de dezembro, foram presos, na manhã dessa quinta-feira (24), pela Polícia Civil, na Operação Avaritia. Apontado como autor intelectual do crime e amigo pessoal do casal, o empresário José Maurício Ferreira dos Santos Júnior foi preso no condomínio Sonho Dourado, onde reside, pouco antes das 6h30. Junio Santos da Costa e André Ângelo Monteiro, conhecido como Cabeça, foram presos no Parque Leopoldina e no Parque Nova Campos, em Guarus. Outros dois suspeitos já haviam sido presos: Carlos José Gonçalves do Espírito Santo, o Cacá, foi detido em Grussaí, no dia 3 de janeiro, e Marven Chagas Batista, em Feira de Santana, na Bahia, na quinta passada, depois de ser perseguido pela polícia de quatro estados. Em seus depoimentos, Junio e Marven confessaram participação no crime e apontaram José Maurício como mentor. O empresário, que chegou a negar ligação com o sequestro, admitiu, em depoimento, que passou informações sobre a vítima e afirmou que, inicialmente, receberia parte do valor, mas desistiu.

Os suspeitos foram presos temporariamente e responderão por extorsão mediante sequestro, roubo triplamente circunstanciado e formação de organização criminosa. Ainda foram cumpridos três mandados de busca e apreensão. Na casa do empresário, foram apreendidas munições de calibre 38 e, com outro preso, uma pistola calibre 40.

— Foram 45 dias de investigação, inclusive com escutas telefônicas, e, com as prisões, o crime foi elucidado, com as autorias identificadas e esclarecida a participação de cada um. O mentor intelectual é uma pessoa de relação próxima das vítimas e, por isso, tinha acesso à rotina, aos bens que possuíam; informações que foram repassadas aos executores — disse o delegado Pedro Emílio Braga, responsável pelas investigações.

Em depoimento na Delegacia de Feira de Santana, Marven contou que a elaboração do sequestro teve início há quatro meses, quando recebeu uma ligação de Junio, dizendo que tinha um negócio para os dois. De acordo com ele, Junio apareceu em sua casa, passou informações sobre Cristiano Tinoco e disse que queria entrar na casa do empresário, onde haveria uma grande soma de dinheiro e joias, mas, para isso, teria que pegá-lo primeiro. Marven demonstrou interesse em participar da ação, e os dois mantiveram contato por telefone. O suspeito contou, ainda, que, nesses quatro meses, ia à casa de Cristiano, esperava a vítima sair e a seguia. Ele afirmou, também, que, à época do crime, Junio informou que estava embarcado, mas que José Maurício já havia dado o “sinal verde” para a ação.

No dia do sequestro, segundo Marven, após saírem da casa de Cristiano, levando a Hilux e o dinheiro, ele e Cabeça abandonaram o veículo no Posto do Contorno, juntamente com os celulares das vítimas, atravessaram a BR 101 e pegaram carona com Cacá. Os três foram para Grussaí, onde uma casa havia sido alugada, e dividiram o dinheiro, ficando cerca de R$ 40 mil para cada um. Marven afirmou à polícia que José Maurício não participou no dia do crime, mas foi o mentor do sequestro e que tinha mais contato com Junio, pois trabalharam juntos em uma boate. Os demais, ele disse ter conhecido durante a articulação do sequestro.







Fonte: Folha 1