quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Lista de desaparecidos da Vale está incompleta, diz membro de entidade


Um integrante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) afirmou nesta quinta-feira que o número de vítimas do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG) pode chegar a mais de 600 pessoas. Segundo ele, há várias pessoas desaparecidas que não estão na lista oficial que está sendo divulgada. "A lista de desaparecidos não está completa. 

"A lista de desaparecidos não está completa. Poderemos ultrapassar os 600 desaparecidos. Há casos constatado em diversas comunidades que levantam nomes que não estão na lista. Na fila do IML estão identificadas várias pessoas que não estão na lista. Essa lista pode aumentar, aumentando a dor e o sofrimento", disse Joceli Andrioli, um dos coordenadores do MAB que se encontrou com a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, nesta quinta-feira.

Segundo o último boletim divulgado pela Defesa Civil, já foram confirmadas 99 mortes e 259 desaparecidos. Joceli afirmou que, além das barragens de Brumadinho e de Mariana, há "grandes bombas", isto é, novas barragens prestes romper. Ele citou como exemplo a barragem de Congonha, onde "a população não dorme há dias", e da barragem de Paracatu, "que é mil vezes mais contaminante, com vários metais pesados".

"A Vale tem falado que vai descongestionar dez barragens, mas é muito mais do que isso as bombas instaladas no país. A gente sabe que é um primeiro passo, mas há centenas de barragens que estão à montante, ameaçando as nossas vidas, as nossas bacias hidrográficas, a nossa natureza", afirmou.

Segundo ele, a reivindicação do MAB é por um novo marco legal para garantir a segurança das barragens e garantir o desativamento de barragens em risco. "É preciso ter uma legislação que acabe com essa lógica da privatização do licenciamento ambiental, onde as empresas mineradoras e as grandes barrageiras se autolicenciem, onde o Estado não tenha instrumentos necessários para fiscalização", disse. Ele também cobrou uma legislação mais efetiva para garantir os direitos dos atingidos por barragens.







Fonte: Valor Econômico