terça-feira, 2 de setembro de 2025

Eduardo Paes e o fantasma do cavalo paraguaio


O eleitor do Rio de Janeiro mandou um recado direto na pesquisa da Quaest: 49% querem um governador independente, longe da sombra de Lula ou de Bolsonaro. O problema é que Eduardo Paes tenta se encaixar nesse figurino, mas sua biografia política o desmente. Ele não é independente. Carrega as digitais do Planalto e o carimbo de Lula.


Paes pode até posar de gestor moderno, “prefeito global”, mas o eleitor do Rio não tem memória tão curta quanto ele imagina. Quem acompanhou a Lava Jato lembra dos *grampos telefônicos* em que o prefeito falava com Lula em tom de intimidade — nada de conversa protocolar, mas um bate-papo de camaradagem, com risadas, afagos e até comentários irônicos sobre a investigação. Aquilo deixou claro que Paes estava muito mais próximo do círculo de poder em Brasília do que gosta de admitir hoje.

Dados Quaest no Rio

49% preferem independente

40% aliado de Lula

9% aliado de Bolsonaro

Esse é o ponto: Paes pode até se vender como gestor pragmático, mas carrega marcas profundas de uma trajetória de alianças oportunistas. Quando diz ser independente, soa como piada pronta. É justamente por isso que o risco de se tornar novamente o “cavalo paraguaio” da eleição é tão grande: larga bem nas pesquisas, mas desmorona quando o eleitor lembra de quem ele realmente é.

O eleitor fluminense já não compra maquiagem eleitoral. O recado está dado: querem renovação real, não um camaleão político que veste fantasia de independente enquanto mantém o selo de Brasília colado na testa.